Alguns, mais otimistas, acreditam que serão ainda mais 50 anos, outros apostam que os combustíveis fósseis não existirão nem por mais 30 anos. Quantos tempo mais teremos de petróleo e gás para garantir nosso transporte e aquecimento nos países frios?
Nos últimos dias, o assunto voltou a gerar polêmica depois que o estudo do pesquisador italiano Leonardo Maugeri, chamado "Petróleo: A nova revolução", ressaltou que, nos próximos oito anos, a produção mundial de petróleo deverá aumentar em torno de 20%.
Ele chegou à conclusão que em 2020 o mundo estará produzindo 110,6 milhões de barris de petróleo boe por dia (boe significa barril de óleo equivalente, onde o volume de gás é convertido para barril). A capacidade mundial de produção, hoje, é de 93 milhões de barris por dia, algo em torno de 34 bilhões de barris por ano.
Ex-executivo da estatal italiana do petróleo, a ENI, Maugeri mostra que o mundo está em plena capacidade de produção. Isso sem contar as descobertas no pré-sal no Brasil, há poucos anos.
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Essa é a opinião, também, do secretário estadual de Desenvolvimento, Márcio Félix Bezerra. "Temos que levar em conta as descobertas no mundo e tudo o que vem sendo encontrado no Brasil e no Espírito Santo nos últimos anos", diz ele.
Para a professora e coordenadora do curso de graduação tecnológica em petróleo e Gás da UVV, Maria Araguacy, é difícil falar em fim de uma era, em relação ao petróleo. "Somente sobre as descobertas do pré-sal, já se fala em mais de 30 anos. Como fonte de energia principal, o petróleo continuará".
Esse otimismo, segundo ela, não descarta o investimento em fontes de energia alternativas. "Não dá para admitir que mal começamos a gerar energia a partir do sol. Até hoje, usamos somente para aquecimento, mas em muitos países já se gera energia solar", ressalta Maria Araguacy.
Xisto e areia betuminosa também entram na conta
O pesquisador italiano Leonardo Maugeri inclui em suas contas que ampliam os anos de sobrevivência dos combustíveis fósseis as descobertas da rocha xisto, nos Estados Unidos (no Brasil também existe) e das areias betuminosas, principalmente no Canadá.
A partir da rocha xisto é possível produzir nafta, óleo combustível, gás liquefeito (GLP), gasolina e óleo diesel. Estados Unidos e Brasil são os países com as maiores reservas mundiais de xisto. A Petrobras desenvolveu o Processo Petrosix para produção de óleo de xisto em larga escala.
O xisto é o nome mais conhecido do folhelho pirobetuminoso, formação rochosa que contém diferentes formas de combustíveis que podem estar localizados em rochas superficiais ou em reservatórios profundos.
Em inglês, elas são chamadas de oil sands ou tar sands. As areias betuminosas são outra fonte de energia fóssil, mas que causam grandes danos ao meio ambiente. Essa é uma forma quase sólida de petróleo cru, que é mais pesado e de menor valor comercial que o petróleo tradicional.
Fonte: A Gazeta/Vitória,ES / Denise Zandonadi
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