Depois de um 2009 com um volume de exportações de frango praticamente estável - em 3,63 milhões de toneladas - , o setor espera elevar as vendas externas entre 3% e 5% este ano, segundo Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef). "Imaginando que tenhamos uma política cambial diferente", observou em relação à previsão. Para a receita, a expectativa é de avanço de 10%. "Precisamos ter aumento de 10% em reeita", afirmou o dirigente.
Enquanto os volumes embarcados recuaram 0,3% em relação a 2008, a receita com as vendas externas de frango despencou para US$ 5,8 bilhões contra US$ 6,9 bilhões do ano anterior. O tombo foi de 16,33%.
De acordo com a Abef, as exportações de carne de frango foram afetadas pela crise financeira internacional, que impactou a demanda de importantes clientes, como Rússia e Japão, e os preços de venda. A valorização do real ante o dólar também prejudicou as vendas.
A expectativa é de recuperação de mercados como Japão, Rússia, Oriente Médio, países da África e da Ásia, segundo Turra. As dificuldades no mercado europeu devem persistir por conta de barreiras técnicas.
Mas o executivo afirma que 2010 pode trazer surpresas positivas. Segundo ele, uma das possibilidades é a redução das tarifas de importação da Índia, hoje de 100%, o que inviabiliza as exportações brasileiras de frango ao país. Há sinais de que o país estaria disposto a cortar a tarifa, disse. Além disso, afirmou, a Rússia também indicou que poderia ampliar as compras de carne de frango (e também de suíno) do Brasil se o país ampliar as aquisições de trigo russo.
Francisco Turra recebeu essa notícia do secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, que se reuniu, durante feira na Alemanha, com chefe do serviço sanitário da Rússia, Sergei Dankvert. Qualquer decisão, porém, dependerá de negociações entre os dois governos.
No fim do ano passado, a Rússia elevou suas cotas para importação de carne de frango. A categoria "outros países", na qual o Brasil se inclui, saiu de 12.400 toneladas em 2009 para 35.700 toneladas este ano.
Além de criticar a política cambial, que reduz a competividade das exportações e a rentabilidade das empresas, a associação também defende a desoneração do PIS e Cofins para o setor, como já ocorreu na cadeia da carne bovina.(Fonte: Valor Econômico/Alda do Amaral Rocha, de São Paulo)
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