Um político experiente só aceitaria discutir uma reforma tributária, às vésperas de período eleitoral, se soubesse que era apenas para fazer encenação, sem chances de efetiva mudança. Com bom senso, todos reconhecem que qualquer reforma é dificílima de ser levada à frente, com estados industrializados como São Paulo, de um lado, o Nordeste, de outro, e os políticos do Amazonas querendo se agarrar à Zona Franca.
Além disso, o Rio e os estados do Sul estão a meio termo, entre o poderio manufatureiro paulista e a fraqueza do Norte/Nordeste. O presidente do Senado, Renan Calheiros, anuncia que tem projetos para reduzir alíquotas do ICMS, criar dois fundos especiais para compensar estados prejudicados e adotar outras medidas.
Em fim de mandato da presidente Dilma, após brigas por royalties, com pressão dos municípios para obter mais receita e com a base aliada votando mais por obrigação do que convicção, será muito difícil se mudar o cenário tributário. E, se for para piorar, é melhor deixar tudo como está.
Em 2015, após a reeleição de Dilma ou posse de novo dirigente, haverá clima para se mexer no bolso dos estados, em um país onde os fundos destinados a compensar os perdedores raramente funcionam bem.
Fonte: Monitor Mercantil
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