O Departamento de Defesa dos EUA divulgou nesta quarta-feira um aguardado relatório sobre o poder militar da China, no qual destaca as ambições navais de Pequim. Em alguns aspectos, o relatório repete avaliações anteriores feitos pelos militares americanas, mas o documento inclui uma seção especial sobre o interesse de Pequim em projetar um poder marítimo bem além de suas águas territoriais.
Embora a Marinha chinesa “mantenha um foco decididamente regional”, diz o relatório, os navios de guerra da China “vão desempenhar um crescente papel na proteção de interesses chineses distantes”.
No início deste mês, a China enviou seu primeiro porta-aviões para fazer testes no mar, um movimento que anuncia as ambições de Pequim de se tornar uma potência naval global. Embora o porta-aviões – que foi comprado incompleto da Ucrânia – ainda não tenha aviões, o relatório do Pentágono diz que ele “provavelmente vai servir inicialmente como uma plataforma de treinamento e avaliação”.
E já neste ano, continua o relatório, a “China pode começar a construção de um porta-aviões totalmente nacional... que pode atingir a capacidade operacional depois de 2015”.
Por lei, o Departamento de Defesa americano precisa apresentar ao Congresso uma avaliação anual sobre a capacidade militar da China. O relatório deste ano é marcado pelos recentes avanços militares de Pequim, incluindo o lançamento este ano do J-20, o protótipo de um caça invisível ao radar da China.
O relatório do Pentágo diz que o J-20 “destaca as ambições da China em produzir um caça de combate que incorpore os atributos de ser invisível aos radares, aviação avançada e motores com capacidade supersônica ao longo dos próximos vários anos”.
Armas como o J-20 e mísseis balísticos de longo alcance, diz o relatório, “podem melhorar a capacidade do exército chinês de atacar bases aéreas regionais, instalações logísticas e outras infraestruturas terrestres”.
Nos relatórios anteriores, o Pentágono destacava o que os militares americanos chamavam de capacidade “anti-acesso”, armas concebidas para evitar que os navios da Marinha americana operassem em águas internacionais próximas à China. O relatório deste ano também observou o interesse de Pequim em desenvolver capacidade de cyberguerra, de realizar ataques virtuais na internet.
Fonte: Valor
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