A Rio Tinto PLC informou que pretende fortalecer as relações com o maior cliente, a China, embora a tensão entre os dois lados das negociações do preço do ferro estejam aumentando e a China tenha indiciado quatro empregados da Rio Tinto sob acusações de suborno e espionagem industrial.
O diretor-presidente da Rio Tinto, Tom Albanese, disse numa entrevista ao Wall Street Journal que não pode comentar o caso dos executivos, mas que a empresa está cooperando e continua acreditando na inocência deles.
Ele disse que firmar relações com a China, responsável por 24% do seu faturamento em 2009, é importante e os dois lados têm interesses mútuos.
Os comentários surgiram ao mesmo tempo em que a mineradora anglo-australiana divulgava o resultado anual e previsões otimistas, em parte por causa da forte demanda da China, que deve crescer 9% em 2010. O lucro líquido anual subiu 33%, para US$ 4,87 bilhões, ante US$ 3,7 bilhões no ano anterior, quando o resultado foi afetado por uma baixa contábil de US$ 7,9 bilhões nas operações de alumínio da mineradora, que não divulgou resultados trimestrais ou semestrais.
A prisão dos executivos da Rio Tinto, uma das principais concorrentes da Vale SA, continua pairando sobre as negociações anuais entre mineradoras multinacionais e as siderúrgicas chinesas.
"O fato é que há uma certa tensão nessas negociações", disse Albanese.
Albanese disse também que gostaria que o atual processo de negociação do preço, que tenta estabelecer uma cotação padrão para a tonelada do ferro vendido, evolua para um processo menos tenso e mais fácil. "Para o sistema sobreviver ele terá de evoluir. Não está evoluindo com a rapidez suficiente."(Fonte: Valor Econômico/Robert Guy Matthews e Chuin-Wei Yap, The Wall Street Journal/Colaboraram Alex Wilson e Rachel Pannett)
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