A Indústrias Romi, maior fabricante nacional de máquinas-ferramenta, estendeu novamente o prazo da oferta pública de aquisição (OPA) lançada aos acionistas da americana Hardinge e, agora, a operação será encerrada em 18 de junho. A OPA, que transcorreria até quarta-feira, está condicionada à adesão de pelo menos dois terços do número total de ações da Hardinge em circulação no mercado. Até quarta-feira, houve a adesão de 38% das ações.
De acordo com o diretor-presidente da Romi, Livaldo Aguiar dos Santos, a adesão de acionistas dos mais variados perfis encorajou a companhia a anunciar a nova extensão do prazo. Originalmente, a OPA seria encerrada em 10 de maio. Mas, na data, a empresa brasileira elevou em 25% o valor da oferta, de US$ 8 por ação para US$ 10, e prorrogou pela primeira vez o prazo, para 26 de maio.
Considerando-se a totalidade dos papéis da Hardinge, a oferta poderá girar cerca de US$ 116 milhões. A Romi usará recursos próprios para efetivar o negócio e já conta com US$ 93 milhões, aportados em uma empresa que será usada como veículo para o investimento, nos Estados Unidos. "Já houve adesão de acionistas tradicionais, pequenos, grandes. Isso nos mostrou que há margem para alcançar os dois terços pretendidos", afirmou Santos.
Outro fator de otimismo, conforme a companhia, reside na "significativa retenção de votos contra a eleição dos candidatos a membros do conselho da Hardinge na assembleia anual deste ano", numa indicação de que acionistas estariam pressionando a empresa americana a retirar a pílula de veneno (poison pill) introduzida no estatuto com o objetivo de dificultar o êxito de uma oferta hostil.
Conforme Santos, a adesão de pelo menos dois terços das ações é necessária para garantir o modelo de fusão que a Romi considera ser o mais adequado e que não poderia ser usado caso a participação comprada seja inferior em decorrência de condições existentes no estatuto da Hardinge e de regras do Estado de Nova York.
Embora aposte na concretização da compra da Hardinge, a brasileira segue avaliando outras alternativas de compra no mercado internacional. O grande atrativo da americana, conforme a Romi, está na complementaridade de portfólio e áreas de atuação. Com a aquisição, a brasileira ampliaria de forma significativa seus negócios no promissor mercado chinês.
Fonte: Valor Econômico/Stella Fontes, de São Paulo
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