Após ter enfrentado um segundo semestre mais difícil em 2014, a fabricante Romi se diz satisfeita com os resultados de suas subsidiárias no exterior e pretende continuar expandindo sua atuação internacional. O comando da companhia também atribui o resultado positivo de 2014 a mudanças na operação que permitiram flexibilização da produção.
De acordo com o presidente da empresa, Livaldo Aguiar dos Santos, foi um ano bastante difícil, com uma sazonalidade diferente de anos anteriores. Normalmente, diz, a companhia tem um faturamento melhor no segundo semestre. No mercado interno, o ambiente político-econômico teve forte impacto negativo nos resultados da empresa. Positivamente, os projetos de energia eólica produziram aumento de demanda na unidade de Fundidos e Usinados.
A expectativa é que 2015 seja um ano desafiador, mas com oportunidades a serem aproveitadas. "A estruturação que estamos fazendo lá fora é o que pode compensar esse cenário." Aguiar dos Santos espera que os ajustes implementados pela nova equipe econômica do governo ajudem a melhorar a confiança do empresário e resultem em uma retomada do mercado.
A empresa espera que o dólar mais valorizado ajude não apenas a exportação, mas permita a nacionalização de algumas peças que antes eram importadas. "Já vemos um movimento de repatriação de peças que eram importadas para a indústria automobilística", diz o presidente.
Ainda neste ano, a Romi vai passar por uma troca de comando. O presidente vai se aposentar em março e o cargo será assumido por Luiz Cassiano Rando Rosolen, diretor da companhia. Segundo Aguiar dos Santos, o processo de sucessão foi intensificado nos últimos dois anos, em que Rosolen foi preparado para dar continuidade aos projetos da empresa. Como o foco da Romi tem sido a flexibilização da produção e a atuação no exterior, explica, foram dadas ao futuro presidente a chefia das duas áreas essenciais a esses processos, que são "supply chain" e as subsidiárias da empresa no exterior. Rosolen está na empresa desde 2006 e, além das duas já mencionadas, é responsável pelas áreas financeira, de suprimentos e operações.
A Romi anunciou na última terça-feira os resultados do último trimestre e do ano de 2014 consolidados. O lucro líquido da companhia recuou 68,7% no quarto trimestre do ano passado, para R$ 5,575 milhões. Já no ano, a empresa apresentou lucro líquido de R$ 7,672 milhões, em alta de 316,4% sobre o ano anterior.
A receita operacional líquida no quarto trimestre foi de R$ 188,789 milhões, em baixa de 2,6% na comparação anual. Para o ano todo de 2014, a receita operacional líquida registrada foi de R$ 648,611 milhões, em baixa de 2,8% sobre o ano anterior. As receitas do mercado externo no ano passado representaram 31% da receita operacional líquida da companhia, ante 26% em 2013.
(Fonte: Valor Econômico/Victória Mantoan | De São Paulo)
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