A maior safra da história do país deve levar os produtores a obter a melhor performance de faturamento bruto já registrado desde 1997, quando começou a ser medido pelo Ministério da Agricultura. O Valor Bruto da Produção (VBP) das 20 principais lavouras deve alcançar o recorde de R$ 189,6 bilhões em 2011, avaliou ontem a Assessoria de Gestão Estratégica do ministério.
O desempenho, baseado na projeção da safra 2010/11 e nos preços de fevereiro, significa uma elevação de 5,8% ante o resultado de 2010. O estudo oficial avalia que o maior valor da produção dos últimos 14 anos ultrapassará o melhor resultado, obtido em 2008, de R$ 181,8 bilhões.
Até aqui, o faturamento de algodão, uva e café em grão têm o melhor desempenho. Das 20 principais culturas, 11 devem elevar o valor da produção em 2011. O governo avalia que um "diferencial" entre 2010 e 2011 é a recuperação de três importantes lavouras: algodão, milho e soja. Em preços e em volume produzido. Mesmo assim, os produtores de cana-de-açúcar, trigo, cebola, batata e cacau não devem ter o que comemorar neste ano.
Pela projeção do governo, o algodão deve elevar em 50,1% seu faturamento, chegando a R$ 4,7 bilhões. Na uva, serão R$ 4,4 bilhões (44%) e no café em grão, R$ 20,1 bilhões (27). Feijão (18,9%), milho (17,4%), soja (10,5%), arroz (4,9%), laranja (6%) e mandioca (8,1%) confirmam os resultados positivos deste ano.
Na análise por regiões, o Centro-Oeste ocupa posição de destaque, mostram os dados do Ministério da Agricultura. O faturamento das lavouras da região deve crescer 39%, somando R$ 52 bilhões em 2011. Em Mato Grosso, Estado com melhor desempenho, o rendimento bruto deve somar R$ 33,2 bilhões - 56,5% acima de 2010. Mato Grosso do Sul (20%) e Goiás (14%) empurram os resultados do Centro-Oeste com a ajuda do tripé algodão, milho e soja.
No Nordeste, também deve haver aumentos expressivos. O Ceará, com ganho de 94%, deve ter um VBP de R$ 2,3 bilhões. A Paraíba deve alcançar R$ 1 bilhão (83,4%) e o Maranhão, R$ 1,1 bilhão (29,4%).
O VBP é calculado com base na produção e nos preços praticados no mercado. E considera o desempenho de soja, cana-de-açúcar, uva, amendoim, milho, café, arroz, algodão, banana, batata-inglesa, cebola, feijão, fumo, mandioca, pimenta-do-reino, trigo, tomate, cacau, laranja e mamona.
Fonte: valor Econômico/Mauro Zanatta | De Brasília
PUBLICIDADE