Nunca se ouviu um aplauso das entidades empresariais – exceto da construção naval e da Confederação Nacional da Indústria – às desonerações de Guido Mantega. Agora que o programa desaba, aparecem os elogios póstumos. Até o presidente da entidade de rádios e TVs – Abert – Daniel Slaviero, lamentou: “A MP 669 representa um retrocesso para a radiodifusão e outros 55 setores beneficiados pela lei anterior. Esta medida traz insegurança jurídica e certamente afetará a geração de empregos no setor de comunicação. Como a matéria tem que ser aprovada pelo Congresso, trabalharemos para que deputados e senadores rejeitem as mudanças propostas pelo governo”.
Alguém se recorda de ter ouvido Slaviero, com prestígio junto às TVs, ter elogiado, antes, a desoneração? A CNI, acusada de chapa branca, foi coerente ao declarar que “recebeu com extrema preocupação o anúncio da mudança”. Acentuou que, para um setor que vem perdendo a competitividade, é mais uma medida de impacto expressivo sobre sua capacidade de enfrentar os desafios da competitividade global. A paulista Fiesp não elogiava abertamente as desonerações e agora criticou seu fim.
Do mesmo modo, o Instituto para Desenvolvimento do Varejo, que antes se calou ou fez pouco ruído a favor, agora manifestou sua “indignação” (sic) e destaca que irá se mobilizar contra ato que “cria hostilidade ao ambiente de negócios e agrava o nível de desconfiança de toda a sociedade”.
Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta
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