A Shell ingressou no setor de petróleo não convencional ("shale") da China, assinando um acordo com a estatal Sinopec para estudo de um bloco no leste do país, parte dos primeiros esforços da nação asiática para "destravar" a fonte energética.
A China se encontra nos estágios iniciais de desenvolvimento de seus vastos recursos de gás de "shale", com a produção no ano passado representando apenas 6 por cento do total da geração de gás, após mais de uma década de trabalho. O óleo de "shale" está em uma fase ainda mais básica, por conta dos desafios geológicos e dos altos custos de desenvolvimento, disseram especialistas.
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O óleo de "shale" significa menos de 1 por cento da produção petrolífera chinesa após anos de desenvolvimento, de acordo com Angus Rodger, diretor de pesquisa da área Ásia-Pacífico da Wood Mackenzie.
"O óleo de 'shale' da China tem uma permeabilidade muito baixa, o que significa uma produção muito baixa por poço, tornando-se um trabalho econômico difícil", afirmou uma autoridade de petróleo e gás do Ministério de Recursos Naturais do país, que pediu para não ser identificada por não ser autorizada a falar com a imprensa.
A Sinopec disse nesta segunda-feira que havia acertado com a Shell o estudo do campo de Shengli, em Dongying, cidade localizada na província leste de Shandong, mas não forneceu maiores detalhes.
A Shell confirmou o acordo conjunto de estudo, mas também não ofereceu mais comentários.
O acordo faz da Shell uma das poucas exploradoras internacionais de petróleo e gás a se aventurar no setor do petróleo não convencional da China, e vem após a saída da empresa anglo-holandesa da exploração de gás de "shale" na província de Sichuan, após gastar ao menos 1 bilhão de dólares e obter resultados insatisfatórios.
Fonte: Época Negócios