A petroleira anglo-holandesa Shell (LON:RDSa) viu seus lucros caírem ao menor nível em 30 meses devido à fraqueza nos preços do gás e em margens de refino, ameaçando uma estável recuperação dos resultados nos últimos anos e derrubando as ações da companhia.
Os resultados ficaram amplamente abaixo de estimativas de analistas, levando à maior queda das ações da companhia em um único dia em mais de três anos, com recuo de cerca de 5%.
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A Shell, segunda maior empresa de energia listada do mundo, juntou-se às rivais Total e Equinor ao divulgar resultados fracos no trimestre, enquanto a BP (LON:BP) registrou ganhos acima do esperado.
Os resultados da Shell foram atribuídos principalmente à sua unidade de gás natural liquefeito (GNL), com a companhia culpando também a economia global mais fraca e o ambiente comercial que prejudicou seu negócio de petroquímicos.
"O (ambiente) macro em geral neste momento claramente não ajuda em diversas áreas", disse o CEO da companhia, Ben van Beurden, a jornalistas.
As tensões comerciais entre EUA e China estão gerando uma "reação bem dramática" no setor petroquímico, uma vez que a demanda por plásticos nas duas maiores economias globais tem sido prejudicada, acrescentou ele.
Uma elevação na geração de caixa, que sinaliza melhoria nas operações, foi o único ponto amplamente positivo nos resultados da companhia.
O lucro líquido atribuído aos acionistas no trimestre, excluindo determinados itens, caiu 25% na comparação anual, para 3,6 bilhões de dólares --menor nível desde o final de 2016.
O resultado foi 30% abaixo da estimativa média de analistas.
A dívida da Shell cresceu para 66,5 bilhões de dólares na metade do ano, de 64,7 bilhões no final de 2018, ressaltando a pressão de seu programa de dividendos --o maior do mundo, com mais de 15 bilhões de dólares-- e o programa de recompra de ações de 25 bilhões de dólares.
A divisão de GNL da Shell, conhecida como Integrated Gas, teve os maiores problemas, ao ser impactada por 479 milhões de dólares em custos de impairment em Trindad e Tobago e na Austrália, assim como menores vendas e preços mais fracos.
Mas a diretora financeira da Shell, Jessica Uhl, afirmou que a empresa, maior negociante de GNL do mundo, continua a prever uma forte perspectiva de longo prazo para o mercado, esperando uma alta na demanda.
Fonte: Investing