A Companhia Siderúrgica Suape (CSS), anunciada oficialmente ontem à noite em cerimônia no Palácio do Campo das Princesas, deve começar a ser construída já em 2011. O projeto, composto de quatro fases, será iniciado com a Zona de Processamento de Aço (ZPA). A produção de laminados propriamente dita só deve começar em 2014. A construção do complexo vai gerar mais de três mil empregos e, após sua finalização, estão previstas 800 vagas diretas e outras 2,3 mil indiretas. O investimento previsto é de R$ 1,5 bilhão.
A siderúrgica pernambucana, a primeira destinada a laminados planos no Nordeste, será viabilizada através da associação de algumas empresas e parceiros. Trata-se de uma joint venture entre a multinacional Trasteel, com sede em Luxemburgo, a Fábrica Participações, formada por executivos com passagem pela Vale e pelo grupo EBX, e a Cone S.A., resultado da união da Moura Dubeux Engenharia e o Fundo de Infraestrutura/FGTS, gerido pela Caixa Econômica Federal.
Na prática, significa dizer que a Cone irá investir na infraestrutura do projeto, aportando inicialmente R$ 200 milhões. A Trasteel entraria com a expertise e a Fábrica com o grosso do investimento, que também dependerá de financiamento do Banco do Nordeste. O terreno, de 360 hectares dentro do Complexo Industrial Portuário de Suape, será doado pelo governo do estado e neste sentido a Assembleia Legislativa se comprometeu a se autoconvocar e aprovar a doação ainda neste ano.
Fora isso, o projeto conta com a parceria de uma das maiores fabricantes de equipamentos siderúrgicos do mundo, a Danielli, e uma consultoria chamada Metal Data, que participou do processo de privatização de siderúrgicas no Brasil e de outros projetos na área. A CSS utilizará como insumos placas de aço semiacabadas, fornecidas por empresas como a siderúrgica da ArcelorMittal em Tubarão (ES) e a do ThyssenKrupp no Rio de Janeiro.
´Esse protocolo diz respeito a algo muito importante para o nosso estado. É uma obra estruturadora da competitividade das indústrias existentes e das que vamos ver germinar, um sonho antigo dos pernambucanos`, disse o governador Eduardo Campos, referindo-se à cadeia que uma siderúrgica pode alimentar, desde a construção civil até as indústrias naval e automobilística, passando pela chamada linha branca (fogões e geladeiras), máquinas e equipamentos.
Capacidade
A CSS terá capacidade para produzir até 250 mil toneladas por ano na ZPA e um milhão de toneladas anuais na laminadora. Segundo o diretor executivo da nova empresa, Ricardo Antunes, a produção será voltada para atender prioritariamente às regiões Norte e Nordeste, substituindo importações que chegam a 60% da demanda. O aço será processado na forma de perfis, barras, chapas e bobinas. A ZPA, por sua vez, fabricará produtos para as indústrias de óleo e gás, automotiva, geração de energia eólica, máquinas e equipamentos pesados, como autopeças e contêineres.
"É uma obra estruturadora da competitividade das indústrias existentes e das que vamos ver germinar, um sonho antigo dos pernambucanos" Eduardo Campos, governador de Pernambuco.
Fonte: Diário de Pernambuco/Micheline Batista
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