Diante da forte retomada de pedidos principalmente no segmento de máquinas para processamento de plástico, a Indústrias Romi, maior fabricante brasileira de máquinas-ferramenta, conseguiu no quarto trimestre reverter a tendência de queda acentuada nos resultados e, dessa forma, melhorar o desempenho no acumulado de 2009. Ainda assim, para 2010 a previsão da companhia é a de manter estável, em relação ao ano passado, o investimento orgânico, em torno de R$ 45 milhões, sem considerar eventuais aquisições. A decisão leva em conta aportes em expansão realizados no passado e que conferem à companhia capacidade produtiva suficiente para atender a demanda projetada para 2010.
De acordo com o presidente da Romi, Livaldo Aguiar dos Santos, enquanto o segmento de máquinas para plásticos mostrou recuperação acentuada na reta final do ano passado, o de fundição reagiu mais vagarosamente - a melhora significativa, afirmou Santos, deve vir a partir do segundo semestre. "Na área de fundição, por exemplo, investimos para ampliar em 10 mil toneladas, das 40 mil toneladas por ano instaladas, a capacidade de produção. E isso será suficiente para fazer frente à demanda", afirmou.
Na área de aquisições, a Romi segue aguardando uma resposta do conselho de administração da americana Hardinge, alvo de uma oferta hostil lançada no dia 4 deste mês pela empresa brasileira, ao preço de US$ 8 por ação, com pagamento em dinheiro. Para levar 100% da empresa, a Romi terá de desembolsar US$ 92 milhões. Num primeiro contato com os brasileiros, a Hardinge, que fabrica tornos, centros de usinagem e retificadoras, rejeitou a abertura de negociações. Com o anúncio de que a Romi poderá registrar uma oferta pública de aquisição (OPA), nas mesmas condições anteriores, o conselho da americana optou por analisar a proposta. "Não estamos trabalhando com prazos e estamos satisfeitos com o fato de que eles estão analisando a proposta, mas também estamos prontos para lançar a oferta." Conforme Santos, a posição confortável de caixa da empresa, de R$ 225,9 milhões em 31 de dezembro, garantem conforto à Romi na oferta. "Continuamos olhando outras oportunidades e temos limites de crédito confortáveis junto aos bancos caso seja necessário, em algum em outro negócio", comentou.
Após os resultados do quarto trimestre, a empresa manteve as projeções de receita e margem Lajida para este ano, que foram apresentadas aos investidores e acionistas em outubro. "Acreditamos que o ritmo de crescimento verificado no quarto trimestre se manterá neste ano", afirmou o presidente . A Romi estima crescimento de 20% a 30% na receita e margem Lajida no intervalo de 6% a 12%. Em 2009, a receita líquida totalizou R$ 475,4 milhões, com queda de 31,7% ante o verificado em 2008. No ano, o Lajida somou R$ 29,13 milhões, o equivalente a recuo de 76,2%.
Os dados do quarto trimestre evidenciam a reação dos negócios à crise. De outubro a dezembro, a empresa obteve receita operacional líquida consolidada de R$ 173,6 milhões, 42,3% acima do registrado no terceiro trimestre. (Fonte: Valor Econômico/ Stella Fontes, de São Paulo)
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