A agitação em torno das ações da Petrobras aumentou ontem, com a proximidade da definição dos detalhes da capitalização. Do ponto de vista jurídico, a estatal está com toda documentação preparada. Para que a oferta de ações seja levada a público falta apenas a decisão sobre o preço dos barris da União que serão comprados pela estatal, o que determinará o tamanho da operação.
Assim que a decisão a respeito desse preço estiver pronta, bastará finalizar o preenchimento dos documentos. É a partir do valor que será determinada a quantidade de ações a serem emitidas, lembrando que a operação não pode superar R$ 150 bilhões - limite do capital autorizado.
Por conta desse limite, Petrobras e União terão que trabalhar o volume de barris do pré-sal que serão colocados dentro da companhia, num primeiro momento. O objetivo é que a operação garanta espaço para que todos os acionistas atuais tenham prioridade na compra das novas ações, de forma a preservarem suas fatias.
Com um preço perto de US$ 8, conforme sugeriu o presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, há espaço para ser colocado na empresa o máximo de 3,4 bilhões de barris.
A diferença até os 5 bilhões de barris pretendidos pode ser usada para compra de sobras da oferta, o que resultaria num aumento da participação da União no capital.
A meta da Petrobras é ter a operação financeiramente liquidada até 30 de setembro. Para isso, a companhia tem até dia 23 para fechar o preço da oferta. A empresa usará o novo regime de registro da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), concedido em no máximo cinco dias úteis.
Inicialmente, a Petrobras não pretendia utilizar todo o limite de capital autorizado. Mas, como as discussões elevaram o preço do barril, um volume cada vez maior de recursos passou a ser necessário para atender aos planos de colocar na empresa até 5 bilhões de barris.
Fonte: Valor Econômico/ Graziella Valenti e Fernando Torres, de São Paulo
PUBLICIDADE