Foi surpreendente ver Luciano Coutinho ser mantido à frente do BNDES, justamente porque ele liderou a aplicação de uma política que o atual governo considera fracassada. Em sua explanação no Conselho das Américas, em Nova York, o todo-poderoso ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao se referir aos repasses para o banco dar empréstimos especiais a grandes clientes, declarou: “Isso não é mais política do governo”. Frisou que tal linha de ação gerou forte déficit.
Para um empresário, Coutinho no BNDES é comparável a, após os 7 a 1 sofridos para a Alemanha, a CBF afastar todos os jogadores e encarregar Felipão de continuar à frente da seleção. Os repasses acumulados até 2014, conforme relato de Levy, foram de R$ 473 bilhões do Tesouro – que não tem dinheiro próprio e lança títulos para isso – mais R$ 243 bilhões de FAT, PIS-Pasep e FGTS – dinheiro de particulares, usado pelo governo – e ainda R$ 99 bilhões de fontes “outras” – sabe-se lá quais. Não seria melhor outro executivo para aplicar uma nova política?
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Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta