O tamanho do déficit da balança comercial brasileira nas duas primeiras semanas de janeiro, de US$ 967 milhões, causou surpresa até mesmo nos representantes do setor exportador. "Os dados de janeiro sempre são fracos, mas não se esperava que tivesse um déficit desse volume em apenas duas semanas. O valor surpreende", disse o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior (AEB), José Augusto de Castro.
Em 2009, o mês de janeiro foi o único a registrar saldo comercial negativo no ano, mas de US$ 529 milhões, valor este já ultrapassado em apenas duas semanas neste ano. Apesar da surpresa do tamanho do déficit, Castro destaca que o resultado da balança comercial, até agora, não pode ser visto como uma tendência para 2010. "Ainda é cedo para avaliar. Janeiro e fevereiro são dois meses atípicos. O valor (do déficit) para duas semanas está alto, mas não quer dizer que seja mantida esta tendência", disse.
Castro lembrou que janeiro ainda não contabiliza os números da entrada da safra de soja, o que só começa a ser registrado em março, aumentando o fluxo nos meses de maio, junho e julho. Ele avaliou também que o déficit registrado até o momento pode refletir um momento de ajuste, com alguns produtos que tiveram o embarque antecipado em dezembro e, com isso, não foram registrados em janeiro. Ele observa que, do lado das importações, vem sendo mantido o ritmo de expansão de dezembro de 2009. "As importações mantiveram o ritmo. As exportações é que estão abaixo", disse, acrescentando que a expectativa para este ano é que as importações tenham "fôlego maior", beneficiadas pelo câmbio.
A balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 592 milhões na segunda semana do ano - média diária de US$ 118,4 milhões. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, o saldo negativo é resultado de exportações de US$ 2,42 bilhões e importações de US$ 3,01 bilhões no período de 11 a 17 de janeiro, quando foram importados US$ 5,91 bilhões e exportados US$ 4,96 bilhões. No ano passado, a balança comercial brasileira teve superávit de US$ 25,34 bilhões, com exportações de US$ 152,9 bilhões e importações de US$ 127,6 bilhões. ((Fonte: Jornal do Commercio/RJ/Com agências)
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