Empresa fez gastos desnecessários com aluguel para estocagem, diz órgão
Presidente da companhia é cotado para ocupar lugar de Stephanes na Agricultura; Conab diz que problemas vêm de gestões anteriores
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) aprovado em plenário na semana passada aponta uma série de falhas na gestão da Conab, ligada ao Ministério da Agricultura.
Hoje nas mãos do PMDB, a Companhia Nacional de Abastecimento é responsável pela política de estocagem de alimentos, com dois objetivos: regulação do preço e controle do abastecimento nacional.
Em meados de 2009, por exemplo, a Conab mantinha em estoque cerca de 2,8 milhões de toneladas de produtos. Utilizava, além de sua rede própria, espaços alugados em cerca de 600 armazéns particulares.
De acordo com o TCU, a Conab possui espaço ocioso em armazéns públicos, mas ao mesmo tempo aluga locais privados para a estocagem de produtos, o que, segundo o tribunal, configura um gasto desnecessário de ao menos R$ 45 milhões ao ano.
Ainda segundo o tribunal, a companhia tem fechado contratos com armazéns particulares que possuem débitos não quitados com a União. Além disso, a falta de um sistema de gerenciamento de grãos armazenados "faz com que a Conab não exerça uma gestão e um controle adequados sobre esses ativos".
Atual presidente da companhia, o peemedebista Wagner Rossi chegou ao cargo por indicação do deputado Michel Temer (PMDB-SP), presidente da Câmara. Rossi é um dos nomes fortes no partido para assumir a vaga de Reinhold Stephanes, que deixará o Ministério da Agricultura no mês que vem para disputar uma vaga de deputado federal.
Além de apontar as falhas, o TCU fez uma lista de sugestões à Conab. Algumas delas: aperfeiçoar os controles internos de estoques públicos; fazer fiscalizações não programadas, especialmente nos armazéns que contêm as maiores quantidades de estoques; e desenvolver um software para a atividade de fiscalização de estoques.
Outro lado
Por meio de nota, a Conab disse que "muitos dos problemas apontados" são consequência de gestões anteriores e que a direção do órgão estabelecerá um programa de "atendimento a todas as recomendações do TCU". "Várias ações, citadas no relatório do TCU, já vinham sendo implementadas e outras recomendações serão atendidas de imediato."(Fonte: Folha de S.Paulo)
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