A Usiminas, segunda maior siderúrgica brasileira e principal fabricante de aços planos na América Latina, tem se mostrado um investimento perdedor para a bilionária família italiana Rocca. O grupo Techint, controlado pela, já perdeu 76% de seu investimento de R$ 5,03 bilhões (US$ 2,49 bilhões) desde novembro, quando concordou em comprar, ao preço de R$ 36 por ação com direito a voto, uma fatia de 27,7% do capital a Usiminas.
Desde aquele momento, a cotação do papel ON da siderúrgica mineira recuou para R$ 8,70, no fechamento da bolsa paulista, a BM&FBovespa, em 8 de junho, à medida que investidores optaram por sair do investimento e apontaram que a siderúrgica terá dificuldades para aumentar seus lucros.
A Usiminas, com sede em Belo Horizonte (MG), tem mostrado desempenho em bolsa inferior ao verificado por suas pares Gerdau e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) desde que a família Rocca pagou um prêmio de 58% sobre a média móvel da ação ao longo de 20 dias, a fim de participar de seu bloco de controle junto com a japonesa Nippon Steel.
"A Techint está tentando encontrar uma maneira de reverter essa situação o quanto antes, mas as opções que têm são limitadas", disse em entrevista por telefone Rafael Weber, que ajuda a administrar cerca de R$ 7 bilhões na Geração Futuro Corretora, em Porto Alegre. "Não vejo qualquer recuperação neste ano."
A Techint, por meio de suas unidades Ternium e Tenaris (que inclui a brasileira Confab, de tubos soldados), comprou a fatia na Usiminas com o objetivo de garantir maior acesso ao mercado brasileiro de aços planos, usados em automóveis e eletrodomésticos, e de olho nos ativos de minério de ferro da Usiminas localizados em Minas Gerais.
As ações adquiridas pertenciam, na maior parte, aos grupos Votorantim e Camargo Corrêa. Um pequena parcela foi comprada do Clube dos Empregados da Usiminas, o CEU, que também integra o bloco de controle da siderúrgica. A Usiminas tem duas unidades de produção de aço bruto - Ipatinga (MG) e Cubatão (SP) -, somando capacidade de 9,5 milhões de toneladas por ano.
A Usiminas reportou prejuízo líquido de R$ 70,8 milhões no primeiro trimestre, seu pior resultado em três anos e a segunda perda em cinco trimestres, na esteira da queda nas vendas e do real mais fraco, que afetou a linha financeira do balanço.
Ontem, as ações ON (Usim3) da siderúrgica fecharam com alta de 4,82%, a R$ 9,12, enquanto as PN (Usim5) subiram 3,25% e encerraram o pregão a R$ 7,94. (Com Ivo Ribeiro, do Valor, em São Paulo)
Fonte: Valor Econômico/ Bloomberg | Do Rio
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