O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) começará a receber, no ano que vem, as primeiras intervenções diretas para a implantação dos dois maiores empreendimentos programados para o Estado: a refinaria e a siderúrgica. Cerca de três mil hectares, ao todo, serão terraplanados para o recebimento dos projetos. Esta é a primeira etapa física para o início da instalação dos projetos.
Mais avançada, no momento, está a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Na próxima quarta-feira, será assinada a ordem de serviço da usina, em cerimônia com a presença do governador e executivos das empresas que formam o consórcio: Vale e Dongkuk Steel. A data para o início da terraplanagem ainda não está definida, mas ficará entre este e o próximo mês, estendendo-se, talvez, por todo o ano de 2010. Estas obras custarão cerca de R$ 80 milhões. Toda a área de 1 mil hectares já está desapropriada pelo Estado.
Nesse período em que realizará a terraplanagem, a CSP também irá buscar a Licença de Instalação da usina, a ser expedida pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), que permitirá erguer o empreendimento.
Cronograma
A CSP está programada, em sua primeira fase, para operar em 2013. Nesta etapa, orçada em R$ 7,6 bilhões, ela poderá produzir 3 milhões de toneladas de placas de aço anuais. Nesta etapa, serão gerados 15 mil empregos diretos e, quando em operação, serão quatro mil.
Quando estiver operando, em 2013, a usina implicará na expansão do PIB do Estado em 12%. Somente a economia industrial cearense terá elevação, com o projeto, de 48%. Para 2015, está prevista a duplicação da capacidade.
Já a refinaria Premium II, da Petrobras, ainda não tem datas definidas para o início dos trabalhos. A estatal ainda espera a definição da Fundação Nacional do Índio (Funai) sobre a existência de tradição indígena em parte da área reservada ao empreendimento.
Desta forma, os prazos, que previam o início da operação em 2013, não estão mais garantidos. "Todo projeto tem um período que vocês ajustam o cronograma. Ele não é fixo e irremovível, e tem uma outra coisa: tem milhares de atividades que você tem que fazer simultaneamente. Otimiza, às vezes não consegue otimizar, então tem um atraso. Você tenta seguir o cronograma, mas faz parte da vida, em todas as áreas, esse contingenciamento", informou o presidente da Petrobras no mês passado, em audiência na Assembleia Legislativa do Ceará, justificando o possível atraso.
Entretanto, espera-se que, ao menos, o processo de terraplanagem seja iniciado no próximo ano. A Premium II previa, inicialmente, investimentos de US$ 11,1 bilhões. Entretanto, com as revisões em curso pela Petrobras, ainda não se pode precisar qual será o novo valor da usina, que deve, a exemplo do que ocorre na de Pernambuco, sair mais cara do que o projetado.
A refinaria terá potencial para elevar em 20% o atual nível de empregos formais no Estado, com geração de 90 mil postos diretos e indiretos. (SS) (Diário do Nordeste)
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