Os grupos siderúrgicos interessados nos ativos de aço da ThyssenKrupp no Brasil e Estados Unidos apresentaram suas propostas firmes de compra na última sexta-feira, dia 22, apurou o Valor com fontes do setor.
Os ativos, operados pela subsidiária ThyssenKrupp Steel Americas, são formados pela usina de placas Companhia. Siderúrgica do Atlântico (CSA), no Rio, e uma laminadora no Estado do Alabama, EUA. Ambos estão à venda desde maio devido às pesadas perdas financeiras e operacionais e ao elevado custo de implantação, afetado por atrasos das obras e elevação do investimento.
Depois de um processo de seleção prévia encerrado em outubro, ficaram na disputa a Cia. Siderúrgica Nacional (CSN), a ítalo-argentina Ternium, a anglo-indiana ArcelorMittal em parceria com a japonesa Nippon Steel & Sumitomo e a americana Nucor. Todos os grupos iniciaram o processo de auditoria das duas usinas de aço em novembro.
Segundo informações, a proposta preliminar da CSN, não confirmada pela empresa, era de US$ 3,8 bilhões pelos dois ativos. Já as propostas da ArcelorMittal/Nippon Steel e de Nucor, apenas pela laminadora americana, foram de US$ 1,5 bilhão. Não se conhece o valor da oferta da Ternium, cujo interesse é apenas pela usina do Rio.
A expectativa é que até o fim de março a ThyssenKrupp faça a escolha da melhor proposta - técnica e financeira - pela Steel Americas ou, separadamente, para cada um dos ativos. Na CSA, o grupo alemão detém 73% do capital. O restante pertence à Vale.
O passo seguinte é submeter o futuro controlador ao crivo da Vale, que tem poder de veto conforme o acordo de acionistas firmado com a ThyssenKrupp na época da formação da CSA. Pelo acordo, a mineradora pode impedir a aquisição da siderúrgica por uma concorrente em mineração. A Vale tem contrato de fornecimento de minério de ferro até 2024.
O negócio precisa também passar pela avaliação da área técnica do BNDES, que vai aprovar, ou não, a transferência, ao novo dono, da dívida contraída por CSA e Thyssen. O banco emprestou R$ 2,1 bilhões apenas à CSA. Se não aprovar, a compradora terá de antecipar o pagamento do empréstimo.
A CSA tem capacidade de produzir 5 milhões de toneladas de placas de aço por ano, mas está operando em ritmo anualizado de 3,5 milhões de toneladas. A empresa enfrenta ainda uma série de pendências com os órgãos ambientais do Rio. A laminadora americana está apta a fazer 4,5 milhões de toneladas de chapas por ano - material voltado a indústria automobilística de tubos.
Fonte: Valor Econômico/Por Vera Saavedra Durão | Do Rio
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