São Paulo - A Usiminas afirmou que ainda é muito cedo para avaliar se o terremoto de 8,9 graus na escala Richter, ocorrido sexta-feira no Japão, levará ao aumento das vendas para aquele país. Rumores de mercado logo após o desastre davam conta de que a siderúrgica mineira se beneficiaria com o crescimento de negociações de aço com o Japão, pois foram registrados danos em estruturas de cinco siderúrgicas japonesas.
Estes rumores provocaram uma disparada das ações da siderúrgica no pregão de sexta-feira da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Os papéis ON tiveram alta de 6,97%, e fecharam o dia a R$ 28,80. Já os papéis PNA tiveram alta de 4,66%, e fecharam a R$ 21,08. Além da tragédia no Japão, há especulações de que um acordo travou o controle acionário da companhia até 2013.
Mas por outro lado, a tragédia pode afetar as exportações brasileiras para o Japão, principalmente de minério de ferro. A projeção foi feita por José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil.
Até mesmo investidores terão prejuízos com o terremoto no Japão. Uma fonte de mercado revelou na sexta-feira que a tragédia vai afetar US$ 1,5 bilhão em cat bonds, títulos vendidos por resseguradoras como Swiss Re e Munich Re que na prática servem para dividir os riscos de operações com o mercado de capitais. Estima-se que oito destes títulos estejam lastreados em seguros feitos no Japão, e o tamanho do prejuízo teria variação de acordo com a magnitude do terremoto. Este tipo de papel movimenta US$ 12,5 bilhões no mercado global.
O Banco do Japão (BoJ) já começou a agir para estabilizar as bolsas e o sistema bancário. Hoje, na abertura do mercado japonês, autoridades do banco central se reuniram para coordenar operações de aumento de liquidez. Está previsto que o BC coloque recursos da ordem de 2 a 3 trilhões de ienes (entre US$ 24,4 bilhões e US$ 36,6 bilhões). Também hoje as autoridades do G8 se reúnem em Paris para discutir a crise na Líbia e o desastre no Japão.
Fonte: DCI
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