Trilhos até Rondonópolis são prioridade ao Brasil
Trecho em MT é apontado como um dos sete mais importantes
Atualmente, cerca de 20% das exportações de MT escoados pelo porto de Santos são provenientes da ferrovia Senador Vicente Vuolo
A construção dos trilhos da ferrovia Senador Vicente Vuolo entre Alto Araguaia e Rondonópolis, na região sul de Mato Grosso, é apontada na 3ª edição da Pesquisa CNT Ferrovias, feita pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), como uma das prioridades na expansão no modal ferroviário brasileiro. A previsão, segundo informações passadas pelo Fórum Pró-Ferrovia, é de que o terminal de Rondonópolis seja inaugurado até dezembro de 2010.
Além dos trilhos entre Alto Araguaia e Rondonópolis, a CNT apontou como solução para resolver os entraves na malha ferroviária brasileira o investimento em sete outros trechos: Inocência-Água Clara (MS), Nova Transnordestina, Ferrovia Oeste-Leste (BA), Variante Ferroviária Litorânea Sul (ES), ampliação da malha de Santa Catarina, e construção do segmento Aguiarnópolis-Palmas (TO).
Relatório da pesquisa da CNT, elaborado a partir do levantamento da malha brasileira, apontou que o governo federal tem investido na expansão do sistema ferroviário, para melhorar a eficiência da infraestrutura de transporte, como é o caso do trecho citado em Mato Grosso. Mesmo assim, esta expansão ainda é considerada um desafio, assim como a melhoria da infraestrutura dos trechos já existentes.
O projeto da ferrovia Senador Vuolo, em andamento, prevê, em uma primeira etapa, concluir o traçado da ferrovia de Aparecida do Tabuado (MS) até Cuiabá, passando por Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá).
As obras, segundo o presidente do Fórum Pró-ferrovia, Francisco Vuolo, já estão avançando no sentido Alto Araguaia-Rondonópolis. “O trecho entre Alto Araguaia e a região do Mineirinho, próximo a Itiquira, possui a licença ambiental e as obras estão acontecendo. O recurso para o trecho do Mineirinho a Rondonópolis já está garantido, faltando somente a liberação do estudo ambiental de Rondonópolis a Cuiabá”, informou Vuolo.
Os recursos para construção da ferrovia até Rondonópolis foram disponibilizados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), por meio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo aponta o relatório da pesquisa feita pela CNT, trata-se de um aporte de R$ 750 milhões para o trecho, com 260 quilômetros de extensão.
“Essa malha é muito importante para o Estado e quanto mais ela interiorizar o valor do frete diminuirá. A ferrovia é um modal de transporte que atende meia e longa distâncias, pois quanto maior a quilometragem menor será o custo para o contratante”, descreveu o presidente do Fórum. A estimativa de economia é de 40% a 60% em relação ao custo do transporte rodoviário.
Francisco Vuolo ressaltou que a chegada da ferrovia até Alto Araguaia já provocou diminuição no preço do frete na safra deste ano. “Com os trilhos mais próximos, manteve-se um equilíbrio no valor do frete rodoviário devido à concorrência, já que a ferrovia também escoa a produção ao porto de Santos”, explicou. Cerca de 20% de toda mercadoria escoada pelo porto de Santos é proveniente da ferrovia Senador Vuolo.
INVESTIMENTOS – Para atender às demandas prioritárias apontadas pela pesquisa da CNT é necessário um aporte na ordem de R$ 25,8 bilhões, dos quais R$ 8,1 bilhões seriam para solução de entraves e R$ 17,7 bilhões, para expansão da malha dos projetos mais importantes (o que inclui a ferrovia Senador Vicente Vuolo). Atingir esta meta demandaria R$ 54,5 bilhões nos próximos 20 anos. A pesquisa foi divulgada esta semana. (fonte: Diário de Cuiabá/NAÍLA ALBUQUERQUE)