Siderúrgica mantém intenção de escolher um parceiro estratégico e lançar ações de sua empresa de mineração até o fim do ano
A mudança no comando da Usiminas com a saída do executivo Marco Antônio Castello Branco e a entrada de Wilson Brumer na presidência da empresa, anunciada nesta segunda-feira, não vai mudar o plano estratégico da companhia na área de mineração.
A siderurgica prevê até o fim do ano a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de sua empresa de mineração. A Usiminas, com sede em Belo Horizonte, está reorganizando seus ativos de mineração numa nova empresa, que será separada da atual.
"Os planos para a mineração não mudam, pois fazem parte de estratégia aprovada pelo conselho de administração", afirma o diretor financeiro da Usiminas, Ronald Seckelmann, ao iG. A saída de Castello Branco surpreendeu a própria cúpula da empresa.
A estratégia da companhia prevê a obtenção da auto-suficiência na produção de minério de ferro, de forma a evitar a volatilidade no preço da matéria-prima, o insumo que mais pesa na produção de aço.
"O negócio siderúrgico passou a ser mais volátil, com as mudanças no reajuste de preço do minério de ferro a cada três meses", afirma Seckelmann.
As minas de ferro, a participação da Usiminas na MRS Logística (concessionária de ferrovias) e o projeto do porto de Itaguaí, no litoral do Rio de Janeiro, farão parte dos ativos da nova empresa. “Estamos formatando a razão social da empresa, deve finalizar em três meses”, diz Seckelmann.
A empresa de mineração da Usiminas não tem seu nome definido, diz o executivo. “Certamente, terá Minas em seu nome”, sugere.
Antes do IPO, o plano da companhia é vender 20% da empresa de mineração para um parceiro estratégico. “A ideia é oferecer o negócio para um consórcio de grandes siderúrgicas da Ásia ou empresas que comercializam minério de ferro (trading companies) no mercado internacional”, diz Seckelmann.
Exemplo a ser seguido
“É igual ao que foi feito pela CSN com a Namisa”, compara Seckelmann. A Companhia Siderúrgica Nacional vendeu 40% da empresa de mineração para um grupo de investidores coreanos e japoneses, e planeja até o fim deste semestre colocar as ações à venda ao grande público.
Castello Branco destacou um executivo para a tarefa. Ricardo Toledo, ex-vice-presidente do Banco Bonsucesso e ex-diretor do banco Itaú, está encarregado da diretoria de estratégia, fusões e aquisições, responsável pelo projeto do IPO da empresa de mineração do grupo siderúrgico.
Com os recursos captados, a Usiminas, que adquiriu nos últimos anos quatro minas, entre elas a J Mendes, planeja produzir 29 milhões de toneladas de minério de ferro até 2014. Deste total, 14 milhões serão consumidas nos projeto de expansão da siderúrgica.
“Será um hedge financeiro da operação, não físico”, diz Seckelmann. “Dependendo das questões operacionais, poderemos vender o nosso minério e continuar comprando da Vale.”
A Usiminas está produzindo atualmente 7 milhões de toneladas de aço plano, com capacidade de 9 milhões de toneladas por ano. Para este ano, as minas atendem cerca de metade das necessidades da empresa.
Fonte: iG São Paulo/André Vieira
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