A União Europeia (UE) deu ontem mais um passo para estabelecer regras mais rígidas contra o emprego temporário de mão de obra barata na região. A medida, que mira os migrantes de países do Leste Europeu, responde a uma crescente insatisfação no continente, onde há vários países com desemprego recorde.
Os ministros do Trabalho concordaram em limitar "abusos" cometidos por empresas, que se aproveitam da legislação do bloco para contratar trabalhadores mais baratos, vindos de outros países da UE. Para os sindicatos, isso impede a mão de obra local de obter emprego.
O endurecimento da lei obrigará as companhias a fornecer mais documentos para comprovar que as contratações são feitas sem o objetivo de reduzir salários.
Mas a decisão, adotada ontem em Bruxelas, não foi unanimidade entre os ministros. Enquanto a França coloca a medida como uma prioridade, países do Leste Europeu, como a Hungria, que têm trabalhadores beneficiados pela atual legislação, estão relutantes em apoiar o maior rigor.
Isso significa que o assunto agora será negociado entre os países da UE e o Parlamento Europeu, para que seja costurado um acordo amplo a ser assinado entre os ministros. O processo pode levar vários meses.
"Há uma necessidade urgente de reforçar as salvaguardas nas regras da UE", disse o comissário de Emprego do bloco, Laszlo Andor.
A cada ano, mais de um milhão de trabalhadores são transferidos por empresas através das fronteiras da UE. Eles se mudam para trabalhar, sobretudo, nos setores de construção civil, agricultura, hotelaria e transporte. Segundo o governo francês, o número de trabalhadores estrangeiros no país - vindos sobretudo de Polônia, Portugal e Romênia - subiu 23% em 2013, para mais de 200 mil.
Fonte: Valor Econômico/Reuters
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