Com elevação no custos dos produtos vendidos e em meio a um cenário de desaceleração econômica no Brasil e no mundo, a Usiminas fechou o segundo trimeste resultado líquido negativo de 86,5 milhões de reais, após lucro de 156,6 milhões de reais apurado no mesmo período do ano passado.
O resultado negativo é o segundo prejuízo trimestral consecutivo da maior produtora de aços planos no país e marca a primeira vez desde pelo menos 2007 que a empresa fecha o primeiro semestre no vermelho.
Apesar de já ser esperado, o prejuízo entre abril e junho foi menor do que o projetado. A estimativa média de analistas ouvidos pela Reuters apontava para um resultado negativo de 205,8 milhões de reais .
O prejuízo no semestre ficou em 123 milhões de reais, ante lucro de 173 milhões de reais na comparação anual --no primeiro trimestre, a Usiminas teve prejuízo de 37 milhões de reais.
As condições econômicas mundiais e o cenário do Brasil tiveram influência sobre os resultados. Segundo informou a Usiminas em seu balanço de resultados divulgado nesta segunda-feira, o prejuízo foi decorrente, principalmente, do impacto cambial não caixa causado pela desvalorização do real como perdas cambiais.
"O ambiente externo desfavorável, a elevação do comprometimento da renda das famílias com o pagamento de dívidas, a alta da inadimplência e a concorrência com produtos importados, são algumas questões estruturais que mantêm a indústria nacional sufocada pelas pressões de custos e explicam o fraco desempenho da indústria de transformação brasileira", destacou a companhia.
O custo dos produtos vendidos (CPV) da Usiminas teve crescimento de 13 por cento ante o primeiro trimestre, por conta do maior volume vendido de aço e da apreciação do dólar frente ao real, entre outros fatores, totalizando 3,1 bilhões de reais.
A Usiminas conta desde o começo do ano com uma nova administração, após a entrada do grupo Techint no grupo de controle. No final de junho, o presidente-executivo da companhia, Julián Eguren, afirmou que o foco está em busca de "eficiências internas" enquanto a siderúrgica conclui grande ciclo de investimentos iniciado há alguns anos .
RECEITA LÍQUIDA E EBITDA
A receita líquida da empresa encerrou o primeiro trimestre em 3,225 bilhões de reais, alta de 12 por cento ante o verificado em igual período de 2011, "principalmente em função do maior volume de vendas na siderurgia, com um aumento nos preços em reais no mercado externo, devido à apreciação do dólar, e preços estáveis no mercado interno".
No trimestre, as vendas físicas de aço foram de 1,88 milhão de toneladas, alta de 25 por cento sobre os primeiros três meses do ano. No segundo trimestre do ano passado, as vendas foram de 1,58 milhão de toneladas.
Nos seis primeiros meses deste ano, a receita líquida ficou praticamente estável na comparação anual, em 6,111 bilhões de reais.
O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em 232 milhões de reais no período, abaixo dos 365 milhões de reais registrados entre abril e junho de 2011, e acima dos 210,4 milhões de reais projetados em média pelos analistas.
No acumulado do ano, o Ebitda caiu 40 por cento, para 422 milhões de reais. A margem Ebitda no período entre abril e junho ficou em 7,2 por cento, acima dos 6,6 por cento do trimestre anterior, mas quase cinco pontos percentuais abaixo da do segundo trimestre de 2011, de 12,1 por cento.
Já o endividamento total consolidado da siderúrgica foi de 9 bilhões de reais nos seis primeiros meses do ano, contra 8,8 bilhões de reais totalizados ao final do primeiro trimestre.
Desse total, 51 por cento é em moeda nacional e 21,5 por cento com vencimento no curto prazo.
Fonte: Reuters
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