O Brasil está perdendo de participação no mercado de exportação de minério de ferro há uma década, por conta de dificuldades na conquista de licenças ambientais que atrasam os projetos de mineração.
A reclamação foi feita nesta quarta-feira (1º) por Stephen Potter, diretor de planejamento integrado e desenvolvimento tecnológico da Vale. A fatia brasileira nesse segmento caiu de 35% em 2000 para 30% em 2011. A Austrália, grande competidor, aumentou sua parcela.
O executivo participa do congresso anual da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração, no Rio.
O Brasil perdeu receitas de aproximadamente US$ 20 bilhões desde 2000 por causa desses atrasos, afirma Potter. A Vale é a maior produtora de minério de ferro do mundo, com produção de mais de 300 milhões de toneladas por ano.
No entanto, a companhia precisa conseguir cerca de 174 permissões ambientais para completar os projetos para os quais já aprovou investimentos de US$ 34 bilhões nos próximos anos. Se não consegui-los a tempo, vai ser incapaz de alcançar metas e a demanda, informa o diretor.
A Vale está tentando aumentar sua eficiência nas operações em minas para minimizar o impacto ambiental dos empreendimentos e, assim, acelerar o processo de conquista das licenças, explicou Potter.
Entre os novos projetos está o de Serra Sul, no Norte do país. A capacidade local será de 90 milhões de toneladas anuais e deve dobrar a produção de minério de ferro da empresa em Carajás, no Pará.
A mina vai se utilizar de esteiras em vez de caminhões para transportar a commodity. Assim, o impacto ambiental deve ser reduzido, avalia o diretor da Vale. Em junho, a mineradora já conquistou uma licença preliminar para completar seus estudos no local.
Fonte: Dow Jones Newswires
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