O resultado da mineradora Vale no quarto trimestre do ano passado, a ser divulgado amanhã, mostrará a continuidade de um desempenho operacional forte, com receita e lucro robustos.
A média das projeções dos analistas ouvidos pelo Valor aponta para um lucro líquido de R$ 8,7 bilhões pela contabilidade brasileira, abaixo dos R$ 10,5 bilhões do terceiro trimestre, mas 235% acima do ganho do mesmo período de 2009, de R$ 2,6 bilhões (veja gráfico acima).
A previsão média de receita líquida fechou em R$ 23,8 bilhões, o dobro dos R$ 11,6 bilhões do ultimo trimestre de 2009. O volume de minério vendido deve superar o do terceiro trimestre do ano passado e do quarto de 2009. O analista Pedro Galdi, da SLW Corretora, trabalha com uma projeção de 67,6 milhões de toneladas de minério, ante 60,5 milhões no último trimestre de 2009 e 65,3 milhões no terceiro trimestre de 2010.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) estimado pelos analistas é, na média, de R$ 14 bilhões, ou 278% acima dos R$ 3,7 bilhões do quarto trimestre de 2009. Mas é bom ressaltar que a base de comparação é desfavorável, pois no fim de 2009 o minério ainda sofria o impacto da crise financeira mundial que derrubou os mercados no final de 2008. O preço do minério de ferro entre outubro e dezembro de 2009 era de US$ 56,37 a tonelada.
Já em relação ao terceiro trimestre, quando o Ebitda foi de R$ 15,9 bilhões, é esperada uma redução de 12% no resultado do quarto trimestre. "O Ebitda foi derrubado pela queda do preço do minério, que continuará sendo o principal formador do faturamento da empresa", diz Galdi.
A queda do preço do minério se deve ao fato de que a média do "spot" no trimestre anterior é um dos fatores do cálculo do valor do produto vendido pela Vale. No terceiro trimestre de 2010, que serviu de base para calcular o preço do quarto trimestre, o "spot" caiu, chegando a um piso de US$ 118 a tonelada.
A margem Ebitda - que mede a relação do indicador e a receira -, porém, permanecerá bastante sólida. Os percentuais de margens estimadas pelos analistas das corretoras Bradesco, SLW e Brascan são de 58%, 62% e 59,3%, respectivamente.
O balanço da Vale deverá ser afetado também pelo câmbio. O dólar teve depreciação de 1,65% no trimestre. O efeito foi positivo na dívida em dólar, que é reduzida e gera ganho contábil.
Os analistas acreditam numa forte melhora nos preços dos metais básicos comercializados pela Vale no período, o que vai garantir boa receita para a mineradora.
Fonte: Valor Econômico/Vera Saavedra Durão | Do Rio
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