RIO - O presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou que a companhia segue com operações de desinvestimento e disse ser possível que em março a companhia “possa anunciar alguma coisa”. O executivo não deu mais detalhes sobre possíveis desinvestimentos.
Em teleconferência com jornalistas, Ferreira disse que a empresa fez, nos últimos anos, diversas operações de desinvestimento, como a venda de fatia da Valor da Logística Integrada (VLI) e de parte dos ativos de carvão em Moçambique.
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“Há muito tempo ouço a história de que não seríamos capazes de fazer transações interessantes com nossos ativos”, disse Ferreira. “Fizemos diversas operações e não me recordo de ter recebido relatório depreciativo sobre qualquer negociação feita pela Vale nesses anos. Confiamos que teremos oportunidades muito importantes. Estamos convencidos de que teremos fluxo de caixa muito bom. Estamos convencidos de que existem oportunidades”, acrescentou.
Questionado sobre a participação no leilão dos ativos de Simandou pelo governo da Guiné, Ferreira informou que a companhia só poderá ter uma visão adequada depois que ficarem claras as condições do certame.
Ferreira disse ainda que os centros de distribuição da empresa na Malásia abrem a possibilidade de aproximação com o mercado da Índia, que é promissor, segundo ele.
O executivo ressaltou ainda que a companhia vai manter a prudência na alavancagem. “Queremos a empresa bem fisicamente, bem focada em negócios principais para responder aos desafios que teremos nos próximos anos, sem ter o benefício do superciclo [dos altos preços das commodities]. Sem esse superciclo, temos que ser cada vez mais prudentes”, destacou
Perguntado sobre a queda das ações da empresa no pregão de hoje depois da divulgação do balanço do quarto trimestre de 2014, Ferreira citou o anúncio da empresa de que venderia o ouro contido em suas operações de cobre no Pará e no Canadá. “Naquele dia a ação caiu. Não encontrei um analista que tenha questionado o ineditismo daquela operação”, ponderou Ferreira.
Fonte: Valor Econômico/Rafael Rosas e Francisco Góes