De São Paulo - A campeã de indicações para a Carteira Valor ficou mais uma vez com as preferenciais (PN, sem direito a voto) série A da Vale, com sete recomendações dos analistas. A ideia por trás das sugestão é a de aproveitar a valorização que o papel deve ter por conta do reajuste no preço do minério de ferro. A forte expansão econômica chinesa e a consequente elevação da produção siderúrgica naquele país, somadas ao movimento de alta dos preços do aço, deverão estimular a demanda por minério de ferro.
Mesmo com a China elevando o compulsório e restringindo o crédito a fim de conter a inflação, as perspectivas ainda se mostram bastante positivas para a Vale, diz Rodrigo Ferraz, gerente de análise da Brascan Corretora. A economia chinesa pode não crescer 11% neste ano, mas se a expansão for de 8% ou 9%, já é um número bastante grande, lembra ele. "Não acredito que a Vale vai sofrer por conta de uma expectativa de menor crescimento na China, pois a demanda continuará alta."
Além da economia chinesa, outros mercados importantes, como o europeu e o japonês, também têm demonstrado sinais de retomada, embora de maneira bastante tímida.
Diante da expansão das economias no mercado externo, há um certo consenso no mercado de que haverá um reajuste no preço do minério de ferro em torno de 30% a 35% em 2010, embora alguns projetem uma elevação de preços de até 50%.
Segundo estimativas da equipe de análise da Planner, os investimentos da Vale para este ano devem somar US$ 12,9 bilhões e sustentar o crescimento de sua geração operacional de caixa para os próximos períodos. "Destaque também para a liderança da companhia no mercado transoceânico de minério de ferro, sua solidez financeira, a qualidade do minério produzido e sua 'expertise' em logística, características positivas que sustentam nossa tese de investimento."
Contribui para as boas expectativas o fato de a Vale ter anunciado em janeiro a celebração de contrato de compra e venda com a Bunge para aquisição dos ativos da Bunge Participações e Investimentos, incluindo 42,3% do capital total da Fosfértil. O valor total da transação foi de US$ 3,8 bilhões. Além disso, a companhia anunciou contrato de opção de compra de mais 15,5% do capital da Fosfértil. "A transação está em linha com a estratégia de alcance da liderança global na indústria de fertilizantes, que combina aquisições e crescimento orgânico", ressalta a equipe de análise da Spinelli. O desenvolvimento dos projetos de potássio e fosfato da empresa, juntamente com a recente transação, permitirão que a Vale se torne numa das principais companhias na área de fertilizantes do mundo nos próximos sete anos.(Fonte: Valor Econômico/LM)
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