A Vale S.A., que registrou em 2010 o maior lucro líquido da história da mineração – US$ 17,3 bilhões, o equivalente a pouco mais de R$ 30 bilhões –, considera também estar vivendo o melhor momento de sua história. Desenhando para os próximos anos um cenário bastante favorável, a direção da companhia vai além e acredita que o melhor ainda está por vir. A empresa prevê para os próximos anos investimentos pesados, dos quais cerca de US$ 24 bilhões só em 2004, e projeta uma tendência de alta na demanda e nos preços das commodities minerais pelo menos ao longo dos próximos quatro a cinco anos.
Os resultados obtidos pela Vale e os investimentos realizados em 2010 foram anunciados ontem em entrevista realizada em sua sede, no Rio de Janeiro. A coletiva foi acompanhada em todo o Brasil e no exterior por webcast, com transmissão em português e tradução simultânea para inglês e espanhol. Do encontro com os jornalistas participaram os diretores executivos Mário Barbosa (Fertilizantes), José Carlos Martins (Marketing, Vendas e Estratégia), Guilherme Cavalcanti (Relações com Investidores), Eduardo Bartolomeo (Operações Integradas), e Eduardo Ledsham, de Exploração, Energia e Projetos.
No Estado do Pará, os investimentos da mineradora em 2010 alcançaram US$ 6,256 bilhões, o equivalente a R$ 10,885 bilhões. Esse valor representa um crescimento de 21% em relação aos US$ 5,169 bilhões investidos no ano anterior. Só os investimentos socioambientais no Estado somaram R$ 329,91 milhões, valor 14% maior que o de 2009.
Até dezembro de 2010, a Vale Florestar, empresa criada pela mineradora em 2007 para atuar na área de reflorestamento, havia plantado no Pará 35 milhões de árvores, atuando em quatro municípios – Paragominas, Ulianópolis, Dom Eliseu e Rondon do Pará – e cobrindo áreas que juntas somam 31,6 mil hectares. Para chegar a esse recorde de plantio, a empresa investiu R$ 301 milhões.
Através do projeto Biovale, a mineradora concluiu no ano passado o plantio de dendê no polo de Moju, onde irá funcionar, a partir do segundo semestre dese ano, a primeira planta extratora de óleo. A Vale vai produzir óleo de palma, matéria-prima para a obtenção de biodiesel, a fim de alimentar sua frota de locomotivas, máquinas e equipamentos de grande porte nas operações em território brasileiro.
A Vale vem ampliando também seus investimentos em controle da qualidade do ar e em educação ambiental no Estado do Pará. No município de Parauapebas, a empresa investiu no ano passado cerca de R$ 500 mil na área de monitoramento do ar. As estações da mina de ferro e manganês de Carajás receberam equipamentos automáticos para monitoramento de gases.
Em Ourilândia do Norte, Água Azul do Norte, Tucumã e São Félix do Xingu, a mineradora investiu, no último trimestre do ano passado, mais de R$ 251 mil no programa Atitude Ambiental, que tem o objetivo de contribuir com a formação de cidadãos comprometidos com o meio ambiente e a educação ambiental. As atividades realizadas nesses municípios municípios envolveram aproximadamente 230 professores e coordenadores de 16 escolas e cerca de mil alunos da rede municipal de ensino.
Confirmada siderúrgica em Marabá e duas novas minas em Carajás
A direção da Vale confirmou ontem, na entrevista coletiva realizada no Rio de Janeiro, que deverão ser iniciadas ainda este ano as obras de implantação da siderúrgica Aços Laminados do Pará (Alpa), no distrito industrial de Marabá. A mineradora anunciou também, para este ano, investimentos da ordem de US$ 1,5 bilhão em dois projetos que vão acrescentar à produção do Sistema Norte 130 milhões de toneladas de minério de ferro. Com isso, Carajás elevará sua produção de 100 milhões para 230 milhões de toneladas de minério.
O maior deles é o S11D, no município de Canaã dos Carajás. Nesse projeto, com entrada em operação prevista para o segundo semestre de 2014, a Vale deverá investir ao todo US$ 6,776 bilhões, só na implantação do complexo de mina e usina de beneficiamento, com capacidade para produção de 90 milhões de toneladas/ano. O outro projeto, orçado em US$ 2,968 bilhões, vai ampliar em 40 milhões de toneladas/ano a capacidade de produção do Projeto Ferro Carajás, cuja capacidade atual é de pouco mais de 100 milhões de toneladas.
A diretoria da Vale destacou que a empresa tem hoje uma posição muito forte no mercado em ferro e níquel e que pretende aumentar sua exposição em carvão e cobre. A recuperação parcial da economia na União Europeia e a demanda superaquecida na China e nos países asiáticos, conforme admite a mineradora, deve manter em alta o preço do minério de ferro nos próximos anos, até porque o produto permanece com oferta restrita no mercado internacional.
A perspectiva é também amplamente favorável para o cobre, cujos preços atingiram níveis máximos históricos, e para o níquel, metal com grande potencial de demanda e cujos preços estão igualmente elevados. A empresa projeta alcançar em 2017 a marca de um milhão de toneladas de cobre em suas várias minas no Brasil e no exterior.
Boa parte desse volume sairá do Pará, onde a Vale já produziu no ano passado 117 mil toneladas na mina do Sossego, em Canaã dos Carajás. Até 2015, a mineradora deverá estar explorando cinco minas de cobre na região de Carajás. A maior delas é a do Salobo, no município de Marabá, com capacidade de produção projetada para 200 mil toneladas quando em operação plena.
(Fonte: Diário do Pará)
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