A Vale fechou acordo com a Bunge para transporte de 200 milhões de litros de álcool por ano na ferrovia Norte-Sul, operada pela mineradora e que corta os estados de Tocantins e Maranhão. O contrato tem vigência de 11 anos e o transporte está marcado para julho ou agosto. Os valores não foram divulgados.
O álcool será produzido pela Bunge em sua fábrica Pedro Afonso, no Tocantins, e será distribuído tanto para o mercado da Região Norte, pela ferrovia Norte-Sul, quanto para o mercado externo, via Porto de Itaqui, no Maranhão. Para chegar ao porto em São Luís (MA), a carga terá de ser conectada, na cidade de Açailândia (MA), à ferrovia Carajás, de propriedade da Vale.
"Nosso objetivo é criar uma alternativa competitiva para os clientes, que enxergam na Norte- Sul um importante corredor logístico para o escoamento de suas cargas", afirmou o diretor de Comercialização de Logística da Vale, Marcello Spinelli.
A carga será transportada em 25 vagões-tanque, fornecidos pela Mitsui Rail Capital (MRC). De acordo com a Vale, a Mitsui está construindo os vagões no Brasil, o que segundo a mineradora, contribuirá para o desenvolvimento do mercado nacional. Os equipamentos serão alugados à Bunge, que os repassará à operação da Vale. Para dar início ao transporte, a Bunge está construindo um terminal para embarcar a carga em Tocantins, no município de Tupirama.
De acordo com a Vale, os 25 vagões vão permitir a retirada de 700 caminhões por mês das rodovias Brasileiras. O gerente de Logística da mineradora, Ney Fontes, afirmou que o acordo abre precedente para que novos tipos de produto sejam transportados na ferrovia.
Segundo Fontes, a maior parte das cargas de clientes que a Vale transporta na Norte-Sul é composta por grãos. Até o terceiro trimestre de 2009, houve o transporte de 1,5 milhão de tonelada na ferrovia. O volume estimado para 2010, segundo Fontes, ainda não está fechado, mas o gerente disse acreditar que será maior do que o apurado em 2009.
"A nossa expectativa é firmar a Norte-Sul não só como canal logístico de grãos. Essa carga inédita de álcool apresenta para o mercado uma nova alternativa logística e mostra que essa ferrovia é confiável e competitiva para o escoamento da produção na região", afirmou Fontes.
Investindo no transporte
O modelo de contrato firmado entre Vale e Bunge, no qual a mineradora fica com a operação dos vagões, enquanto o cliente os aluga de uma terceira empresa, não é novo. É o terceiro contrato fechado desse tipo nos últimos meses.
Recentemente a Vale assinou contrato de longo prazo com a Ceagro Agronegócios para transporte e embarque marítimo de 240 mil toneladas de grãos por ano, pela Estrada de Ferro Carajás e Ferrovia Norte Sul. Para a operação logística, a Ceagro disponibilizará 30 vagões graneleiros para a Vale, por meio de contrato de aluguel com a Ferrolease.
Em outubro passado, a Vale assinou acordo com a Multigrain, um de seus principais clientes, para transporte de 6 milhões de toneladas de soja e milho nos próximos cinco anos pela Ferrovia Centro-Atlântica. Para atender a expansão do transporte dos produtos agrícolas, 300 novos vagões graneleiros entrarão em operação. Eles serão disponibilizados para a Multigrain pela Mitsui Rail Capital (MRC), que fará os investimentos nos equipamentos.(Fonte: Jornal do Commercio/RJ/LUCAS VETTORAZZO)
PUBLICIDADE