As vendas de aços planos no mercado brasileiro em abril tiveram leve melhora, mas nada que deixasse o setor entusiasmado para o restante do ano. As distribuidoras despacharam 383 mil toneladas no mês, com alta de 11% ante o mesmo mês de 2012 e 7,5% na comparação com março. Os dados são do Inda, entidade dos distribuidores do país.
O desempenho de abril mostra uma sensível melhora em relação aos meses anteriores e ficou acima das expectativas das distribuidoras. A projeção do Inda para o mês era de alta de 5% sobre o mês anterior. No quadrimestre, as vendas ficaram estáveis, em 1,426 milhão de toneladas.
Os aços planos são fabricados no Brasil por CSN, Usiminas, ArcelorMittal e Gerdau e têm aplicações em automóveis, autopeças, geladeiras, fogões, máquinas de lavar, na construção civil e em máquinas e equipamentos.
As compras da rede somaram 401 mil toneladas, com elevação de 15,8% em relação a um ano atrás. Sobre março, o volume representou alta de 4,3%. De janeiro a abril, o volume comprado foi de 1,5 milhão de toneladas, 4% maior que igual período de 2012.
Os estoques nos armazéns das distribuidoras, importante termômetro do mercado, ficaram estáveis, em 1,02 milhão de toneladas, em relação a um ano atrás. Em número de meses de vendas, houve recuo - para 2,7 meses em abril. O índice histórico considerado ideal para o setor é de 2,5 meses. Para maio, a previsão do Inda é de retorno ao nível de março, de 2,8 meses, com os estoques subindo 1,1%, para 1,034 milhão de toneladas.
Apesar do desempenho acima do esperado em abril, as distribuidoras não estão otimistas com a demanda em maio. "Houve uma pequena melhora em abril, que teve dois dias úteis a mais, mas nada de exuberante, que cause entusiasmo às empresas", afirmou Carlos Loureiro, presidente do Inda.
A previsão de venda para maio, é de retração de 5% em relação a abril, para 364 mil toneladas de produtos. A mesma projeção foi traçada para as compras, dentro do programa de recomposição de estoques das distribuidoras. A estimativa é adquirir 5% menos aço em maio, reduzindo o volume para 381,5 mil toneladas.
O leve sinal de reação da demanda - melhor que a média verificada nos três primeiros meses do ano -, só deixou o setor um pouco mais esperançoso para atingir a meta traçada de crescimento de 6% no ano em relação a 2012.
O aumento das importações em abril voltou a preocupar o setor. Comparado com um ano atrás, houve aumento de 29% no montante, de 104 mil para 135 mil toneladas, considerando apenas aços planos. De janeiro a abril, ainda teve recuo de 26,5%, totalizando 434 mil toneladas.
A expectativa é de que a importação vai crescer, nos próximos meses, atingindo picos em agosto e setembro. Já tem aço chinês entrando no portos brasileiros, caso de bobina a quente, a US$ 580 a tonelada (US$ 530 FOB porto de origem mais US$ 50 de frete).
Fonte: Valor Econômico/Ivo Ribeiro | De São Paulo
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