RIO - As operações de venda de navios Valemax e de uma fatia minoritária na Minerações Brasileiras Reunidas (MBR) "mostram compromisso com a prudência no endividamento, observando o fluxo de caixa da empresa com toda atenção". A observação foi feita pelo presidente da Vale, Murilo Ferreira, em teleconferência com analistas.
A venda da MBR, anunciada nesta quinta-feira, foi acertada com o Fundo de Investimento em Participações Multisetorial Plus II (FIP Plus II), cujas cotas são detidas pelo Banco Bradesco BBI S.A., por meio do qual prometeu alienar ações preferenciais classe A, representativas de 36,4% do capital social da MBR.
A MBR é uma subsidiária da qual a Vale é proprietária, direta e indiretamente, de 98,3% do capital total. Possui ativos para produção, transporte e embarque portuário do minério de ferro, dentre os quais se incluem as minas e/ou unidades industriais de Vargem Grande (Capitão do Mato e Tamanduá), Abóboras, Pico, Mutuca (Capão Xavier), Mar Azul e Jangada, responsáveis pela produção de cerca de 65 milhões de toneladas de minério de ferro no ano de 2014. Dentre os ativos detidos pela MBR, estão também o Terminal Marítimo de Ilha Guaíba e uma participação de 32,9% na MRS Logística S.A. (MRS).
"Foi um processo competitivo em que tivemos cinco entidades participando. A operação foi muito bem construída", disse em relação à venda ações preferenciais classe A equivalentes a 36,4% do capital social da MBR por R$ 4 bilhões.
A Vale lembrou que os ativos da MBR operam de forma integrada ao seu sistema de produção, transporte e embarque portuário, conhecido como Sistema Sul, e estão arrendados até o ano de 2037. Pelo contrato de arrendamento, a mineradora é responsável por toda a operação e comercialização do minério de ferro produzido, bem como pelo pagamento do valor do arrendamento à MBR, que é devido trimestralmente.
Após a conclusão da operação anunciada hoje, a Vale será proprietária, direta e indiretamente, de 61,9% do capital total e 98,3% do capital ordinário da MBR. A Vale também deterá uma opção de compra das Ações do FIP Plus II.
O diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da mineradora, Luciano Siani, destacou que a opção de compra futura dessa participação será custosa em um cenário muito positivo de preços do minério de ferro, mas extremamente benéfica em um cenário como o atual.
Fonte: Valor Econômico/Rafael Rosas, Francisco Góes e Alessandra Saraiva
PUBLICIDADE