Em 2008, a Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA) e a Petrobras firmaram acordo para a construção da Refinaria Abreu e Lima, ou Refinaria do Nordeste (Rnest), em Pernambuco. As negociações se arrastavam desde 1990. O custo total da refinaria é de R$ 26 bilhões, à época ficou acordado que os venezuelanos arcariam com 40% e a Estatal brasileira com os outros 60%. Logo, o ingresso do novo membro poderia trazer uma nova expectativa para o Estado, contudo, os especialistas divergem neste aspecto.
Atualmente, segundo a Petrobras, há cerca de 42 mil trabalhadores e as obras estão 60,5% concluídas. Na última quarta-feira (1º), um dia após a oficialização da entrada da Venezuela no bloco, a presidente da Estatal brasileira, Graça Foster admitiu que a estatal venezuelana ainda tem “um trabalho grande a fazer, que é em relação às garantias junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)”.
Para professor da Unicap e Faculdade Damas, Thales de Castro, doutor em Ciências Políticas pela UFPE, a adesão é positiva para o Estado. “Apesar de a Tarifa Externa Comum (TEC) não está vigente a curto prazo, o que necessita da organização do novo membro, posteriormente, a produção e os polos de desenvolvimento pernambucanos terão na Venezuela um centro receptor com mercado forte”, ponderou.
Enquanto o professor de Economia Internacional da Faculdade Boa Viagem (FBV), Olímpio de Arrouxelas, Ph.D. em Economia pela Universidade de Londres, acredita que não haverá grande influência. “Digamos que a Venezuela pague o aporte de 40% combinado anos atrás, ainda assim, não se trata de um novo investimento. Outra coisa: se a Venezuela não entrar [com a parte que lhe cabe], a Petrobras salda”, supôs, considerando também que não há, ao menos a princípio, um novo investimento para o Estado.
Fonte: Folha de Pernambuco / Marcelo Montanini
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