A WEG vai investir R$ 33 milhões neste ano para iniciar a produção de aerogeradores em sua fábrica em Jaraguá do Sul (SC). A empresa anunciou ontem um acordo de transferência de tecnologia com a empresa espanhola M. Torres Olvega Industrial, pertencente a um grupo espanhol pouco conhecido chamado Elsewedy, que fatura US$ 1,2 bilhão por ano. Esse acordo prevê a criação de uma joint venture com participações igualitárias das duas empresas. Na primeira fase, a WEG vai aportar capital e os espanhóis a tecnologia do aerogerador.
O presidente da WEG, Harry Schmelzer Jr, diz que o negócio de energia representou no ano passado 25% do faturamento de R$ 5,3 bilhões da companhia catarinense e agora quer ampliar a atuação da empresa, que fornece equipamentos para pequenas centrais hidrelétricas, subestações e geradores de energia a partir de biomassa. O investimento a ser feito em eólicas representa cerca de 15% do total a ser investido pela companhia no ano. Segundo Schmelzer, os R$ 33 milhões serão usados para compra de máquinas e equipamentos e não estão atrelados a fechamentos de contratos de fornecimento.
Na segunda fase do acordo assinado ontem, a ideia é construir uma fábrica própria. Por enquanto, os equipamentos serão produzidos no parque fabril de Jaraguá do Sul e a previsão é de que sejam contratados 250 novos funcionários para a fabricação desses equipamentos. A empresa não tem ainda pré-negociações com geradores que devam participar dos próximos leilões de energia eólica a serem promovidos pelo governo federal. "Mas temos muitos clientes que investem hoje em PCHs e que estão partindo para projetos eólicos", diz Schmelzer.
A MTOI é pouco conhecida no país e atua principalmente na Espanha, desde 1999. A empresa desenvolveu uma tecnologia de aerogeradores que permite que o gerador elétrico seja acoplado diretamente ao eixo da turbina eólica, o que proporcionaria maior produtividade dos parques eólicos.
A decisão de investimento pela WEG está sendo feita na esteira dos leilões de energia eólica que estão sendo realizados desde 2009 pelo governo federal e que tem atraído muitas empresas estrangeiras ao país. A expectativa da WEG é de que a cada ano pelo menos 1.000 MW de energia eólica sejam leiloados no país e integrados à matriz energética brasileira. Desse potencial, a WEG quer, em um primeiro momento, fechar contratos de 100 MW por ano e com a instalação da fábrica pelo menos 200 MW. Mas a competição será forte. Pelo menos duas fábricas de aerogeradores já estão instaladas no país e outros grandes fornecedores internacionais, como a Alstom, já estão erguendo suas plantas industriais.
Fonte: Valor Econômico/Josette Goulart | De São Paulo
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