Depois de acertar uma nova sistemática de venda de ativos com o Tribunal de Contas da União (TCU), a Petrobras vai acelerar sua política de desinvestimento. A meta para o biênio 2017/18 é se desfazer de ativos no total de US$ 21 bilhões (cerca de R$ 68 bilhões). Não está incluída nessa conta a provável venda, ainda no primeiro semestre, da participação da estatal na petroquímica Braskem.
Da meta fixada para o biênio atual, US$ 6,3 bilhões já foram obtidos com a venda à alemã Eneva, em novembro, do campo de Azulão (por US$ 54,5 milhões), no Amazonas; a abertura de capital, em dezembro, da BR Distribuidora (US$ 1,5 bilhão); a venda à norueguesa Statoil de 25% do campo de Roncador (US$ 2,35 bilhões), na Bacia de Campos; e a venda à francesa Total, no mês passado, dos campos de Lapa e Iara (US$ 1,95 bilhão, além de US$ 400 milhões de uma linha de crédito), na Bacia de Santos.
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A Petrobras espera atingir o restante da meta com a venda de parte de suas áreas de exploração a três multinacionais: China National Petroleum Corporation, BP e Exxon. Já fechou parcerias com as três empresas e, neste momento, negocia os ativos a serem vendidos, assim como fez com a Statoil e a francesa Total. Também espera boa quantia com a alienação da Transportadora Associada de Gás (TAG), gestora de seus gasodutos nas regiões Norte e Nordeste.
A política de desinvestimento, que desde 2015 fez a empresa se desfazer de US$ 20 bilhões (R$ 64 bilhões, em valores de ontem) em ativos, visa reduzir o endividamento. No balanço do terceiro trimestre de 2017, a alavancagem - relação entre dívida e geração de caixa - estava em 3,2 vezes. A meta é reduzir para 2,5 até dezembro. O acordo fechado com o TCU foi fundamental para a venda de ativos. Na nova sistemática, a alienação por meio de parcerias com multinacionais tem que trazer ganhos ao país. O negócio com a Statoil foi possível pelo fato de a norueguesa deter tecnologia de recuperação de reservatórios.
Fonte: Valor