A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) encontrou indícios de petróleo em bloco marítimo na costa do Rio de Janeiro, sua primeira descoberta como operadora. A ação estaria relacionada ao plano de capitalização da Petrobras. A descoberta, informada no site da ANP, se deu no poço 2ANP1RJS, mas a localização precisa do bloco não foi divulgada. "Confirmamos a descoberta, mas não temos mais nenhuma informação", disse uma assessora da ANP após consultar a diretoria da autarquia.
A ANP contratou a Petrobras no ano passado para realizar perfurações em regiões próximas às recentes grandes descobertas de petróleo no Brasil, com o objetivo de encontrar reservatórios em áreas ainda não licitadas com grandes volumes de óleo equivalente que serão utilizados no processo de capitalização da Petrobras pelo governo brasileiro.
Na capitalização da estatal, que segundo estimativas do mercado pode chegar a R$ 50 bilhões, o governo pretende ceder à estatal até 5 bilhões de barris de petróleo em troca de ações da companhia, em uma operação indireta que envolverá títulos públicos. Os demais acionistas poderão usar títulos públicos ou dinheiro.
A União possui 32,2% do capital total da estatal e 55,6% do capital votante, enquanto o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que deve acompanhar a operação para não ser diluído, possui 7,6% e 1,9%, respectivamente. A Previ, dona de 2,5% do capital da empresa, também poderá participar para não ter seu investimento reduzido.
PRÉ-SAL?. A descoberta da ANP foi feita em lâmina d'água de 1.889 metros ao longo da costa do Rio de Janeiro. Segundo uma fonte envolvida no processo de capitalização da empresa, ainda não existe definição sobre a área que será utilizada na capitalização. "Qualquer área fora do bloco licitado é passível de ser indicada para a capitalização, mas ainda não temos essa definição", disse a fonte à reportagem.
No final do ano passado o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, havia informado que a tendência seria fazer perfurações próximas à chamada "picanha azul" do pré-sal, que engloba a região de descobertas já feitas pela Petrobras e suas parceiras.
Anunciada há três anos, a descoberta de gigantescos reservatórios na faixa do pré-sal da bacia de Santos indica que o Brasil poderá no mínimo dobrar as suas atuais reservas, atualmente em torno dos 14 bilhões de barris de óleo equivalente. Há estimativas, no entanto, colocando o potencial de reservas em cerca de 50 bilhões de boe.(Fonte: Jornal do Commercio/RJ/Com agência Reuters)
PUBLICIDADE