Conselho do FMM avaliará construção de embarcações e novos estaleiros na reunião em 17 de dezembro

Rio - O Conselho Diretor do Fundo de Marinha Mercante (FMM) volta a se reunir no dia 17 de dezembro para analisar 165 projetos de novos estaleiros e construção de embarcações, entre eles uma suplementação de recursos para o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco. Juntos, esses projetos somam entre R$ 12 bilhões e R$ 13 bilhões. Na reunião passada, realizada em dezembro de 2009, foram aprovados 161 projetos, totalizando R$ 14,2 bilhões. Na ocasião, o EAS foi contemplado com cerca de R$ 3 bilhões.

Sérgio Machado, da Transpetro, disse que, apesar da descrença, a indústria naval brasileira renasceu em bases bastante sólidas Foto: Agência Petrobras/Divulgação
O diretor do Departamento do FMM, Amaury Neto, informou ontem que recebeu a análise conclusiva sobre o pleito do EAS há poucos dias, mas não quis dar maiores detalhes sobre o assunto. ´Ainda está em análise, mas nossa expectativa é aprovar e liberar os recursos, ou o que for possível, ainda este ano`, disse. Ele destaca que, nos últimos oito anos, o FMM aprovou R$ 17,3 bilhões em 406 projetos, valor que deve subir para R$ 24 bilhões ou R$ 25 bilhões nos próximosquatro anos.

´Trata-se de um investimento recorde, um marco para a indústria naval. E há possibilidade de que isso se intensifique com o aumento da exploração de óleo e gás`, disse, acrescentando que até o início desta década, as análises não chegavam a R$ 1 bilhão.

O grande responsável pela revitalização da indústria naval brasileira - e consequentemente pelo aumento da utilização dos recursos do FMM - foi o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), que lança hoje ao mar seu terceiro navio, o Sérgio Buarque de Holanda, construído pelo Estaleiro Mauá, em Niterói. O programa é responsável pela encomenda de 46 das 96 embarcações financiadas pelo fundo, significando investimentos da ordem de R$ 10 bilhões.

Dos 46 navios contratadas pelo Promef em suas duas fases, 30 estão sendo construídos em Pernambuco, sendo 22 pelo EAS (14 suezmax e oito aframax) e mais oito gaseiros pelo Estaleiro Promar, cujo início de construção em Suape depende ainda da chancela do FMM. O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, lembrou que, antes do Promef, o FMM tinha recursos mas não conseguia aplicar. Eram de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões que ficavam dormindo no Tesouro. Hoje são R$ 15 bilhões assegurados pela Medida Provisória 472/2009 e mais R$ 4,8 bilhões garantidos na Lei Orçamentária de 2010, fora os recursos do Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), que devem alcançar R$ 2 bilhões este ano.

´Até 2003 ninguém acreditava que fosse possível nossa indústria naval renascer, e renasceu em bases bastante sólidas. O Brasil tem hoje a quarta maior carteira de petroleiros do mundo`, disse Ségio Machado.

Fonte: Diário de Pernambuco(PE)/Micheline Batista