A BHP Billiton disse que espera ter baixas contábeis de US$ 4,9 bilhões no valor de seus ativos de gás não tradicional nos Estados Unidos devido à derrocada nos preços do barril do petróleo. Seu próximo passo para tentar se proteger do colapso das commodities pode ser abandonar seu compromisso de uma década de manter ou elevar seus dividendos.
A companhia está cortando gastos e procurando outras formas de economizar enquanto enfrenta a queda do preço de metais e energia, além dos custos do rompimento da barragem da Samarco em um distrito de Mariana (MG) em novembro do ano passado. O minério de ferro, um dos principais produtos da BHP, já se desvalorizou mais de 75% desde seu pico em 2011, enquanto o barril do petróleo caiu abaixo de US$ 30 este mês pela primeira vez em 12 anos.
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“No que é um período provavelmente longo de preços de commodities mais baixos, há esta baixa contável e talvez outras baixas sejam feitas em outras partes do portfólio”, avalia Tim Schroeders, gestor de portfólio da Pengana Capital.
A BHP vai cortar pela metade seu pagamento de dividendos para US$ 0,31 nos seis meses encerrados em 31 dezembro, segundo as Previsões de Dividendo da Bloomberg.
A BHP vai equilibrar seu comprometimento com uma folha de balanço forte e a manutenção de sua nota de crédito na hora de considerar o pagamento de dividendos, disse Jac Nasser, diretor presidente da empresa, em uma reunião anual com investidores em novembro. Nesta sexta-feira, a companhia não quis comentar a possível mudança em seus dividendos.
A baixa contábil sobre os ativos de gás não convencional nos EUA ampliaria até uns US$ 8,7 bilhões os custos depois de impostos que a BHP contabilizou nas operações em Arkansas, Luisiana e Texas. A nova redução diminuirá o valor da divisão para cerca de US$ 16 bilhões, disse a BHP em um comunicado nesta sexta-feira.
A BHP reduzirá de sete para cinco o número de torres na unidade de gás não convencional por volta de abril e colocou sob revisão os planos de investimento e desenvolvimento para o restante do atual ano fiscal, segundo o comunicado.
“Apesar de termos progredido muito, a forte queda dos preços provocou essa baixa contábil decepcionante”, disse o diretor executivo da BHP, Andrew Mackenzie, no comunicado. “Contudo, ainda confiamos na perspectiva para o longo prazo e na qualidade de nossas terras. Estamos bem posicionados para responder a uma recuperação”.
Fonte: O Globo
