Receba notícias em seu email

MSC

Bons projetos devem sobreviver à crise de Eike

Os erros de Eike Batista todos conhecem e alguns ele admitiu em recente artigo. Abriu demais o leque de investimentos, se enebriou com o lado “ilha de Caras” dos negócios e, além do mais, entrou incisivamente na busca de petróleo, área em que, pelo capital exigido, é tarefa para estatais – porque não quebram quando dão um passo em falso – ou gigantes como Chevron, Shell e BP. Agora, a maior parte do grupo se dilui. A petroleira OGX abandona áreas; a LLX, de logística, passa ao controle da EIG Management Company LLC e a MPX, de energia, foi assumida pela alemã E.On. Os prejuízos são muitos, principalmente para acionistas, que compraram ações valorizadas e viram as cotações caírem a preços irrisórios. Os bancos também irão sofrer. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, procurou minimizar perdas, mas elas virão. Empréstimos serão pagos com deságio ou com atraso e a participação acionária já acumula sólidos prejuízos, difíceis de se recuperar.

O lado positivo são alguns projetos. Não é o caso do Hotel Glória, com obras paralisadas, do barco de turismo Pink Fleet, nem de antigo prédio do clube Flamengo, mas principalmente de seus portos. O porto Sudeste, em Itaguaí (RJ), e o porto do Açu, no Norte Fluminense, serão muito úteis para melhorar a infra-estrutura nacional. Muitos mineradores de Minas Gerais vivem situação aflitiva, pois tanto têm dificuldades para conseguir transportar seu produto por ferrovia, devido à posição dominante da Vale no setor – decorrente de privatização mal feita no governo do PSDB – ou pela falta de portos. O porto Sudeste será muito bom para permitir saída de minério de ferro. Quanto a Açu, é um verdadeiro diamante em bruto. Seu píer, mar adentro, permitirá receber supernavios e, ao mesmo tempo, indústrias localizadas na parte interna do porto terão acesso de navios garantido por canais. Algumas indústrias lá instaladas poderão exportar sua produção sem uso de caminhão ou qualquer outro meio de transporte. Contêineres poderão ser preenchidos nas oficinas das fábricas e embarcados diretamente nos navios.

Não é à toa que gigantes como a GE resolveram ocupar parte dessas instalações. Sem dificuldades, o porto-indústria de Açu poderá se tornar um gigante na exportação de minério – faltam ainda licenças ambientais para a ferrovia – democratizando um setor hoje muito fechado. Os canais internos do porto têm profundidade de 21 metros, bem acima do que existe no porto do Rio, o que poderá atrair gigantes industriais e até produtores de automóveis e máquinas para exportação. Já o estaleiro do grupo, o OSX, está prejudicado por cancelamento de obras tanto de terceiros como do próprio grupo, mas, se a construção naval não perder o pique, devido ao enfraquecimento financeiro da Petrobras, suas instalações serão valorizadas, por um novo empreendedor.

Inúmeros são os exemplos do que ocorre com os eleitos pela mídia, como Fernando Collor e Eike Batista. Quando estão no auge, qualquer espirro é visto como toque de genialidade e, quando caem em desgraça, até atitudes corretas são criticadas. Líderes industriais, Henrique Lage e o Barão de Mauá quebraram, só que Eike Batista se viu cercado por dificuldades antes de poder comemorar os principais feitos. Mas muitas de suas obras, embora sob nova direção, vão ser muito úteis ao país e especialmente para o sofrido Estado do Rio de Janeiro.

Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta






PUBLICIDADE




Shelter

   Zmax Group    ICN    Ipetec
       

NN Logística

 

 

Anuncie na Portos e Navios

 

  Sinaval   Syndarma
       
       

© Portos e Navios. Todos os direitos reservados. Editora Quebra-Mar Ltda.
Rua Leandro Martins, 10/6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20080-070 - Tel. +55 21 2283-1407
Diretores - Marcos Godoy Perez e Rosângela Vieira