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BP tem 1o sucesso contra o vazamento

A BP PLC saudou o primeiro sucesso em seu esforço para controlar o vazamento de petróleo no Golfo do México ontem, depois de ter conseguido inserir um cano no tubo quebrado que está jorrando óleo no mar e começar a canalizar o líquido para a superfície.
Gás estava sendo queimado ou pegava fogo na superfície, prova de que está subindo pelo cano. Petróleo também estava entrando no reservatório do Enterprise, um navio de perfuração localizado acima do poço que está vazando, informou a BP.
Ainda não está claro qual o nível de sucesso da operação. O cano, curvado numa extremidade como um gancho e equipado com grossas barbatanas de borracha que o encaixam no tubo, deve canalizar a maior parte do petróleo que está vazando para o Enterprise, 1.500 metros acima do vazamento.
"Todo mundo está encorajado agora", disse Richard Lynch, que está liderando o esforço da BP de contenção submarina.
Nas últimas três semanas, petróleo tem jorrado sem barreiras de um poço quebrado no leito do mar, ameaçando se tornar uma catástrofe ambiental por toda a costa americana do Golfo do México. O vazamento foi causado quando a plataforma Deepwater Horizon, que estava perfurando o poço para a BP, explodiu dia 20 de abril e afundou, matando 11 trabalhadores.
O cano conectado ao tubo do poço está cheio de nitrogênio, que está sendo expelido gradualmente para permitir que petróleo e gás entrem por ele. O processo precisa ser feito devagar para evitar que a água do mar, que pode formar hidratos, entre no cano.
Mesmo na melhor das hipóteses, contudo, o cano não vai capturar todo o petróleo que está vazando. Diretores da companhia disseram que ainda era muito cedo para dizer qual a porcentagem de petróleo e gás que estava sendo capturada.
O sifão não contribui para o plano da companhia de tampar o poço para encerrar completamente o vazamento, mas apenas contém o fluxo. O processo de fechamento do poço deve levar semanas ou meses, prevê-se.
O sucesso inicial ocorre quando cientistas diziam estar cada vez mais preocupados com os danos ambientais causados pelo petróleo vazado que está flutuando nas águas do Golfo do México.
Pesquisadores num navio que vem estudando o petróleo submerso detectaram uma mancha de cerca de 20 a 30 quilômetros a sudoeste do ponto de vazamento a entre 700 e 1.300 metros de profundidade, disse Raymond Highsmith, diretor executivo do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Submarinas, um consórcio de universidades sediado no Estado de Mississippi que está coordenando a pesquisa do navio.
Highsmith salientou que os pesquisadores não sabiam quanto petróleo havia na mancha, para onde ela pode ir, ou que tipo de danos ela pode fazer. "É muito mais difícil estudá-la nessa profundidade do que seria na superfície", disse ele.
Mas o petróleo submerso pode sugar grandes quantidades de oxigênio nas profundezas do mar, danificando corais, caranguejos, lulas e tudo o mais, disse Highsmith. E isso, por sua vez, pode danificar seres marinhos como baleias, que se alimentam de animais que vivem no fundo do mar.
Mesmo assim, nos escritórios da BP em Houston, aumentava a sensação de alívio ontem, enquanto se fortaleciam as esperanças de que talvez os engenheiros tivessem conseguido limitar o fluxo de petróleo. "Tive uma sensação boa no coração", disse Richard Lynch, que desde o primeiro dia comanda o esforço submarino da BP para conter o vazamento. "Todo mundo está otimista agora."
Mas ainda há um grande risco de a solução fracassar. Ninguém tentou algo parecido com isso e em tamanha profundidade. Na primeira tentativa, a BP sofreu um duro golpe quando um domo gigantesco que pretendia colocar em cima do vazamento teve ser abandonado depois que ficou entupido por hidratos viscosos.
Até mesmo o novo conceito do sifão não tem sido fácil. Ele foi instalado inicialmente na noite de sábado, no que Lynch descreveu como um procedimento "visceral" com péssima visibilidade.
A operação aparentava ter sido um sucesso e o gás recolhido na superfície foi queimado. Mas aí um dos robôs submarinos - cuja falta de visão periférica é notória entre os engenheiros - esbarrou no aparato e desmontou os tubos. A operação inteira teve de ser recomeçada do zero.
Houston se tornou o centro da resposta da BP ao desastre. Cerca de 500 pessoas estão trabalhando sem parar no espaçoso centro de comando da empresa, que ocupa um andar inteiro de um prédio de escritórios com 20 andares.
A luta da empresa se tornou um esforço de todo o setor petrolífero.
Especialistas em perfuração e controle de poços de concorrentes como Exxon Mobil Corp. e ConocoPhillips estão nos escritórios da BP, assim como autoridades da Guarda Costeira dos EUA e do Serviço de Administração de Minerais. Foi contratado um serviço de massagem para os engenheiros mais estressados.
O ritmo dos trabalhos é exaustivo, já que processos que normalmente durariam anos são encolhidos para poucas horas.

Fonte: Valor Econômico/ Guy Chazan, The Wall Street Journal, de Houston

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