Receba notícias em seu email

MSC

Brasil Supply suspende suas operações

Diante de dificuldades financeiras que poderão levar a um pedido de recuperação judicial, a Brasil Supply, prestadora de serviços para a indústria de petróleo, suspendeu temporariamente suas operações.

Constituída em 2002 com planos de investir até R$ 6 bilhões para atender ao promissor setor de óleo e gás no país, a empresa sucumbiu à crise que atingiu o setor naval a partir da forte redução dos investimentos da Petrobras.


PUBLICIDADE



Na última semana, a Brasil Supply, que tem a Cotia Trading (com cerca de 80% do capital) e o grupo Suzano (20%) como acionistas, fechou uma unidade de produção de fluidos de perfuração e tratamento de resíduos e encostou as nove embarcações que operava, duas em Niterói (RJ) e sete em Fortaleza (CE). Cerca de 200 funcionários foram demitidos.

A BR Distribuidora, que já chegou a ser dona de 10%, hoje tem participação minoritária de apenas 0,38% na empresa.

A ideia é evitar eventuais novos passivos, trabalhistas, por exemplo, e estabelecer um ambiente mais estável para a renegociação de dívidas que chegam a R$ 600 milhões, contra faturamento de R$ 110 milhões em todo o ano passado.

Há um mês, a empresa contratou a consultoria RK Partners para conduzir a reestruturação financeira. A assessoria, que já iniciou as conversas com os credores, diz que ainda está avaliando qual será a rota jurídica escolhida, mas a recuperação judicial é sempre uma possibilidade.

A maior parte da dívida corresponde a repasses do Fundo de Marinha Mercante (FMM) a bancos - em 2009, a empresa captou mais de R$ 800 milhões em financiamentos do fundo. Parcela menor do endividamento se refere a fornecedores.

Depois de estabelecer novos termos para seu passivo, a Brasil Supply terá de discutir com a Petrobras quais contratos serão mantidos, uma vez que suas operações estão paralisadas. O principal negócio da empresa é a navegação offshore e seus navios de apoio atendem à petroleira no transporte de passageiros e de cargas leves.

Os problemas da Brasil Supply agravaram-se com a redução dos investimentos da Petrobras e com o pedido de recuperação judicial do Estaleiro Ilha S.A. (Eisa), no fim de 2015, responsável pela construção de algumas embarcações contratadas pela Brasil Supply.

As chamadas "travas bancárias" executadas por credores e multas aplicadas pela própria Petrobras por descumprimento de contrato - uma delas chegou a R$ 170 milhões, apurou o Valor - desenharam uma espiral negativa e acabaram por drenar o caixa da companhia.

Antes disso, porém, a empresa já vinha desacelerando seu plano de negócios. Em 2010, quando faturou R$ 40 milhões, projetava alcançar receitas de R$ 2 bilhões em 2016, bem acima dos R$ 110 milhões de fato apurados.

O caso da Brasil Supply não é isolado na indústria naval brasileira, que em 2014 empregava mais de 80 mil pessoas e, no ano passado, contava com pouco mais de 40 mil trabalhadores.

Além da redução dos investimentos da Petrobras, que tem participação elevada nas encomendas ao setor, a dificuldade crescente de acesso a crédito levou mais empresas à lona. Um caso emblemático é o da Sete Brasil, criada para construir sondas para o pré-sal e atualmente em recuperação judicial.

Fonte: Valor






   Zmax Group    Antaq    Antaq
       

NN Logística

 

 

Anuncie na Portos e Navios

 

  Pesa   Syndarma
       
       

© Portos e Navios. Todos os direitos reservados. Editora Quebra-Mar Ltda.
Rua Leandro Martins, 10/6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20080-070 - Tel. +55 21 2283-1407
Diretores - Marcos Godoy Perez e Rosângela Vieira