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BTG está fora de reestruturação da OGX

O BTG Pactual está fora do processo de reestruturação financeira da petrolífera OGX e do estaleiro OSX, afirmou ao Valor fonte próxima ao assunto. A decisão foi tomada diante da percepção de que não há possibilidade de reorganizar as companhias a partir da venda de ativos, o que tende a levá-las à recuperação judicial.

Segundo esse interlocutor, a recuperação judicial ou até mesmo a falência - especialmente da OGX - são possibilidades fortes. No entanto, ele não descartou por completo a hipótese de uma renegociação entre o grupo e seus credores fora do âmbito judicial.

Esse processo, disse, será coordenado pela Angra Partners, consultoria especializada em reestruturação financeira que foi contratada por Eike Batista para atuar na reorganização da holding EBX. A companhia americana de investimentos Blackstone conduzirá as negociações com os credores financeiros.

De acordo com essa fonte, o papel do banco era como assessor financeiro e para vender ativos. Como OGX e OSX não têm muitos ativos para ser negociados, a atuação do BTG no processo não seria necessária, afirmou.

Embora não esteja envolvido diretamente nas conversas entre o grupo e os credores da OGX, esse interlocutor afirmou ser nula a possibilidade de grandes detentores de bônus da petrolífera colocarem mais dinheiro na empresa. A companhia estaria sondando os detentores de bônus - que somam US$ 3,6 bilhões - a respeito dessa possibilidade, segundo reportagem publicada ontem pela "Folha de S. Paulo".

Com isso, o BTG Pactual continua trabalhando em três frentes nas empresas de Eike. Uma delas é a venda da mineradora MMX, que está na reta final - segundo o Valor apurou, a Glencore Xstrata é a mais forte candidata a fechar o negócio, mas não há nada concluído por enquanto.

O banco também atua na venda da participação minoritária que Eike ainda mantém na empresa de energia MPX, cujo controle já foi adquirido pelo grupo alemão E.ON. O terceiro flanco de trabalho é a venda da LLX, de logística, mas nesse caso o processo está sendo conduzido sobretudo pelo presidente da empresa, Marcus Berto.

Na semana passada, a EBX contratou a consultoria Angra Partners, especializada em reestruturação de empresas, para coordenar a reorganização de todas as empresas do grupo.

O movimento deixou no mercado a sensação de que o BTG estaria saindo de cena. No entanto, segundo apurou o Valor, a entrada da Angra no processo não alterou a relação contratual entre o banco e o grupo de Eike. Segundo fonte que acompanha o assunto, o acordo entre o BTG e a EBX não previa exclusividade e o banco aprovou a contratação da consultoria.

Em março, Eike havia firmado um acordo de "cooperação estratégica de negócios" com o BTG Pactual. A aliança previa a atuação do banco como assessor financeiro no processo de reestruturação do capital e, também, deixava em aberto a possibilidade de uma injeção de até US$ 1 bilhão na forma de aporte de recursos ou de empréstimo.

O processo de recuperação do grupo, no entanto, mostrou-se bem mais complexo do que o próprio banco havia vislumbrado. O BTG acabou não disponibilizando a maior parte dessa linha de US$ 1 bilhão. Foram usados apenas R$ 150 milhões referentes à garantia dada pelo BTG no aumento de capital da MPX.

A decisão de não empenhar esses recursos foi o grande fator de descontentamento do empresário com o Eike e o banco, segundo fontes a par do assunto.

Por outro lado, o temor do BTG era que, comprometendo esse dinheiro, pudesse ser implicado fiduciariamente nos problemas do grupo - o que por sua vez poderia gerar questionamentos de acionistas do banco. O Valor apurou que a instituição financeira não terá prejuízos em operações envolvendo as companhias de Eike.

A ideia é que, de agora em diante, o BTG se concentre nos processos de venda de ativos e participações acionárias que ainda estão pendentes e que a Angra, liderada por Ricardo Knoepfelmacher, cuide da reorganização da estrutura do grupo propriamente. Esse trabalho inclui renegociar valores e prazos com credores financeiros e fornecedores e remodelar as empresas. O próprio Eike deve passar a ter participação mais ativa nas decisões.

Por isso, a tendência é que a participação do BTG no processo seja reduzida à medida que forem vendidos os ativos que faltam. Segundo fonte próxima à instituição financeira, embora o plano desenhado pelo banco para o grupo de Eike não tenha saído completamente como se imaginava, a direção se mostrou correta. Entre outras ações, o banco atuou, até agora, no investimento de US$ 2 bilhões feito pelo fundo Mubadala, de Abu Dabi, na holding; na cessão de direitos a cessão de direitos do campo de Tubarão Martelo à Petronas e no aumento de capital da MPX.

Fonte: Valor Econômico/Talita Moreira | De São Paulo






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