A Qatar Investment Authority (QIA) pretende adquirir participação acionária na Petrobras e no Banco do Brasil. Fundo soberano do Catar, um dos maiores exportadores de gás natural liquefeito (GNL), o QIA conta com uma reserva de US$ 65 bilhões e uma voracidade por acumular uma diversificada carteira de participação acionária em empresas e instituições financeiras.
O ponto de partida para uma atuação mais presente no Brasil foi dado com a visita, ontem, do emir do Catar, xeque Hamad Bin Khalifa Al Thani, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A oferta da QIA foi apresentada ao presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, na terça-feira, antes da visita oficial do emir .
Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, a QIA costuma negociar diretamente com as companhias a concessão de ações e tende a se afastar da compra nas bolsas de valores. Esse foi o seu procedimento na aquisição de parcelas minoritárias do Credit Suisse e da Volkswagen. No caso da Petrobras, não haveria como a empresa vender uma parcela de suas ações reservadas a controle privado, que são negociadas em bolsas de valores.
"Se for de interesse da Petrobras, isso pode ser futuramente discutido pelo conselho da empresa", afirmou Miguel Jorge. Segundo o ministro, a Qatar Holding, que agrega empresas estatais do país, conta desde o ano passado com uma pequena participação na Vale e pretende ampliá-la.
memorandos. Ontem, a holding assinou memorandos de entendimento com essa empresa e também com a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Outro aspecto econômico-comercial da visita do emir do Catar foi seu interesse em atrair a participação de empresas brasileiras para projetos de infraestrutura no país - em especial, a construção de ferrovias, de estradas e de redes de esgoto. O conjunto dessas obras totalizaria U$S 60 bilhões.
"Temos pontos de vista comuns para reforçar nossas relações comerciais e investimentos mútuos. Também temos oportunidades de investimento a oferecer no Catar", afirmou o xeque Al Thani.(Fonte: Jornal do Commercio/RJ/Da agência Estado)
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