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Com novo duto da Petrobras, importação deve cair

Responsável por um terço da produção de óleo e gás no Brasil, o pré-sal deve ganhar mais espaço no mercado nacional de gás a partir deste ano, com a entrada em operação do Rota 2. O maior gasoduto submarino já construído no país, com o objetivo de trazer o volume produzido nos grandes campos da Bacia Santos para a costa, foi inaugurado esta semana pela Petrobras num momento em que o consumo de gás patina.

Diante das previsões de queda no despacho termelétrico e da atividade industrial para 2016, a tendência é que, sem um mercado aquecido para absorver o aumento da oferta nacional, o Rota 2 abra espaço para uma nova redução das importações de gás, pelo segundo ano consecutivo, afirmam especialistas consultados pelo Valor.


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Essa já foi uma tendência notada em 2015, quando a oferta de gás nacional cresceu 3,9%, segundo a própria Petrobras, frente a uma queda de 0,9% no consumo. Sem um mercado aquecido para consumir o gás novo do pré-sal, o aumento da produção interna deslocou parte das compras de gás da Bolívia e de cargas de gás natural liquefeito (GNL), que recuaram, juntas, 5,23% em 2015.

Diretor da consultoria Gas Energy, Ricardo Pinto, diz que o Rota 2 é um projeto importante, porque no médio e longo prazos deve ajudar a compensar o declínio da oferta de gás das áreas maduras da Bacia de Campos. No entanto, avalia que no curto prazo a tendência é que o aumento da oferta do pré-sal substitua parte do gás importado.

"[o mercado brasileiro] Não vai manter a importação no nível que estava e adicionar mais a produção doméstica. Não há atividade econômica para isso", diz Pinto. Ele acredita que o gás do pré-sal seja economicamente mais vantajoso que o gás boliviano. "O custo operacional de extração do gás está na conta do petróleo, porque é uma produção associada. Em princípio [o aumento da oferta de gás nacional] significa menos desembolso em dólar para o gás da Bolívia."

Com a indústria em retração, a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) estima que a sobrecontratação das concessionárias gire em torno dos 4 milhões de metros cúbicos diários de gás, 10% do mercado não termelétrico das concessionárias. E a previsão para 2016 é que o consumo caia novamente, diante das expectativas de menor despacho térmico e queda da atividade industrial, segundo Augusto Salomon, presidente da Abegás..

Com a sobreoferta no setor, o executivo tenta negociar com a Petrobras uma redução dos limites de "take-or-pay" - cláusula que obriga o comprador do gás, no caso as distribuidoras, a comprar um volume mínimo, pagando o preço fixado por esse patamar, mesmo que não haja consumo. Hoje as distribuidoras são obrigadas a retirar entre 85% e 90% do volume contratado, mas o ideal é que o patamar fosse de 70%, diz Salomon.

"O consumo industrial despencou no fim de 2015, com a crise, e isso se refletiu sobre o setor de gás, como aconteceu com o setor elétrico. A diferença é que o mercado de gás não tem o benefício do mecanismo de troca [de volumes sobrecontratados] entre as distribuidoras, como o elétrico tem", disse.

Salomon prevê que se houver mais oferta de gás nacional no mercado, a tendência é que esse volume contribua para reduzir também parte das compras de GNL - que já deve ser impactada pela queda do despacho térmico.

Com 400 quilômetros de extensão, o Rota 2 foi tem capacidade para escoar 13 milhões de m3 /dia dos campos do pré-sal até Macaé (RJ). Num primeiro momento, o Rota 2 será conectado às plataformas Cidade de Mangaratiba (Iracema Sul) e Paraty (Lula Nordeste) e, futuramente, ao Cidade de Itaguaí (Iracema Norte). Juntas, as três unidades produziram 16 milhões de m3 /dia em dezembro. Procurada, a Petrobras não informou o quanto de gás deverá ser escoado inicialmente pelo duto. O mercado tem dificuldades em precisar a potencial oferta, porque o gás do pré-sal é, em sua maioria, reinjetado para aumentar a recuperação de óleo.

(Fonte: Valor Econômico\André Ramalho | Do Rio)






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