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Comunicação eficaz

Cursos de português para estrangeiros vêm buscando diferenciais para atrair profissionais do segmento de óleo e gás

No primeiro trimestre do ano, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) concedeu 17.081 autorizações de trabalho para profissionais estrangeiros, equivalente a um crescimento de 31% em relação ao mesmo período no ano anterior. O setor que mais demanda mão de obra estrangeira no país é o da indústria do óleo e gás, representando 30% de todas as autorizações de trabalho concedidas, segundo dados do MTE. Consequentemente, a demanda pelo ensino de português para estrangeiros no segmento vem aumentando. Os cursos para a área vêm apostando em novos serviços para atrair os profissionais.

A Foreign Affairs lança neste mês de setembro a sua plataforma e-learning  que poderá ser utilizada nas embarcações, sondas e plataformas offshore. No site da empresa serão disponibilizados materiais para estudos e haverá aulas online diariamente. Ao final do mês, os alunos terão um relatório com o número de aulas realizadas, desempenho nos testes e acompanhamento sobre os pontos que foram bem-sucedidos e outros que podem ser aprimorados.

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De acordo com a sócia e diretora executiva da empresa, Vera Lorenzo, as empresas do ramo de óleo, gás e offshore estão buscando essa solução para ter o aprendizado continuado. “As pessoas começaram a aprender português e tinham que trabalhar offshore e deixavam de ter aulas. Então os nossos clientes começaram a pedir que iniciássemos um projeto de e-learning para essa área de offshore”, conta Vera.

Inicialmente, a Foreign Affairs ensinava o idioma através de aulas por Skype, nas quais o aluno e o professor se comunicavam pelo computador em um horário específico. A atividade acontecia duas vezes por semana. Outra opção eram as chamadas aulas onshore, que são as presenciais, cuja dificuldade era a continuidade do programa, já que o aluno permanecia sem o contato com o idioma durante cerca de 15 dias por estar embarcado. Outro motivo que também motivou a inserção da plataforma online nas plataformas, navios e sondas foi o fato de o Skype carregar muito o servidor das empresas.

Vera destaca que o aprendizado continuado é a fórmula mais adequada para que o aluno não perca nem um dia sem contato com a língua. “Oferecemos uma solução para o ensino do idioma, não vendemos curso. Ensinamos para quem não tem tempo a perder. Por isso teremos as aulas diárias , todos os tipos de exercícios, jogos e música também para auxiliar na assimilação do conteúdo”, diz.

Os serviços podem ser contratados separadamente ou também o pacote completo. Segundo Vera, a maior demanda tem sido por todo o conjunto. Segundo ela, com as aulas por Skype, que já ocorrem há sete anos, a Foreign Affairs já formou cerca de 600 alunos no segmento de óleo e gás. “Com o e-learning, estamos querendo ter no segundo ano 20 mil alunos”, revela ela, afirmando que os estrangeiros aprendem o português básico — para poderem se comunicar — com um ano de aprendizado. O curso completo, com aulas presenciais, Skype e e-learning, terá três anos de duração.

Fundada na Holanda em 1991, a empresa está no Brasil desde 1997. Para Vera, o curso online não tem concorrência no Brasil. “Existem dois grandes players internacionais que oferecem  português online, mas nenhum foi gerado no mercado brasileiro. Temos realmente conteúdo local”, brinca ela.

 

A qualificação dos professores é a aposta do Word Magic para ensinar o português para estrangeiros que trabalham nas embarcações da indústria brasileira de óleo e gás. De acordo com a companhia, os docentes que atuam no Projeto Offshore passam por um programa especifico de qualificação nos dois idiomas — inglês e português para estrangeiros — que abordam conceitos teóricos e práticos de ensino. O preparo dos professores para atuarem no mercado offshore é obtido através do Curso de Capacitação do Word Magic, que consiste em módulos específicos para qualificar pessoas para o ensino do idioma a bordo das embarcações.

“A comunicação no mercado de óleo, gás e offshore é um assunto crítico. São equipes quase sempre multiculturais que têm que morar e trabalhar juntas 24 horas por dia. É difícil para o brasileiro receber um chefe australiano, belga ou americano que não fala português e tentar entender o que ele está pedindo. É frustrante também para o estrangeiro que conhece profundamente os procedimentos e não consegue se comunicar com os brasileiros. A solução é criar um programa de duas vias: ensinar os estrangeiros a falarem português e ensinar os brasileiros a dominar o inglês, que é o que chamamos de ponte de compreensão. Os estrangeiros sobem a ponte de um lado, os brasileiros do outro, em algum momento se cruzam e começam a se entender muito melhor. Esse tem sido o grande diferencial do nosso programa”, afirma o diretor de negócios do Word Magic, Lawrence Davidson.

Criado para superar as barreiras de comunicação entre brasileiros e estrangeiros que trabalham nas embarcações, o programa geralmente é realizado a bordo. Para o atendimento a uma sonda, por exemplo, são envolvidas seis pessoas da equipe do Word Magic, das quais duas delas ficam embarcadas e as outras quatro de backoffice, fornecendo o suporte pedagógico, de operação e logística. A aulas têm duração de uma hora e os professores se ajustam à rotina da tripulação. “Nós temos que nos enquadrar ao ritmo de trabalho de cada navio, então em algumas embarcações o tripulante é autorizado a estudar durante o seu expediente. Em outras, tem que estudar antes ou depois”, explica Davidson.

O curso de português para estrangeiros do Word Magic é dividido basicamente em três níveis: o iniciante, o intermediário e o avançado. Como cada aluno tem seu próprio ritmo de aprendizagem, é difícil estimar o tempo suficiente para que os estrangeiros aprendam a falar o novo idioma. O português, diz Davidson, é mais difícil que o inglês. Segundo o diretor, as origens do português remontam a mais de mil anos, enquanto que o inglês contemporâneo tem menos que algumas centenas de anos. “O inglês é muito mais compacto, mais rápido, mais simples para aprender e muitas vezes o estrangeiro não tem paciência para tentar entender as pequenas peculiaridades da língua portuguesa”, conta.

Estabelecido em 2000 para o atendimento a programas personalizados de ensino de idiomas para o segmento corporativo, o Word Magic incorporou o offshore há cerca de sete anos. Para Davidson, atualmente o mercado de ensino de português para o segmento de óleo, gás e indústria naval está muito mais aquecido do que quando o programa foi iniciado. Ele acrescenta que a concorrência está pequena, mas com o aquecimento do pré-sal, assim como em qualquer mercado em potencial, devem surgir outras empresas no ramo.

Os investimentos já programados para aplicação no pré-sal fazem Davidson acreditar num cenário positivo para os próximos anos. “Deve dobrar ou até mesmo triplicar o número de embarcações não somente nacionais, mas também estrangeiras trabalhando no Brasil para alcançar e aproveitar o óleo e gás que estão descobrindo aqui. O domínio de dois idiomas na indústria de óleo e gás é primordial para o sucesso das operações”, conclui.



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