Os presidentes do  Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e da Câmara, Henrique Eduardo Alves  (PMDB-RN), acertaram que o veto dos royalties será votado na próxima  terça-feira pelo Congresso, antes do orçamento da União. Prevaleceu a  opinião política de Henrique, que defendeu a votação dos royalties em  primeiro lugar. A ideia é votar os royalties e, em seguida, a peça  orçamentária, na mesma sessão do Congresso marcada para a noite de  terça-feira. Mas, com a obstrução anunciada pela bancada do Rio,  dificilmente o orçamento será votado na mesma sessão e há risco de ele  ficar para a semana seguinte. “Acertamos para terça-feira a votação dos  royalties e, em seguida, a do orçamento. Vamos tentar fazer uma votação  simplificada do veto”, disse Henrique.
Henrique disse que a  bancada do Rio tem direito de tentar impedir a votação do veto, mas  acredita que a questão não vai se prolongar. Calheiros completou que,  passada esta etapa, definirá a votação dos demais vetos pendentes. “O  processo legislativo não pode ficar pela metade. Depois, vamos definir  os demais vetos, mas cada dia com sua agonia. Dos 3 mil vetos, 1.478  podem ser prejudicados.”
O relator do orçamento, senador Romero  Jucá (PMDB-RR), preferia que a peça orçamentária fosse votada antes. A  bancada do Rio foi derrotada no Supremo Tribunal Federal (STF), que  derrubou a liminar do ministro Luiz Fux que obrigava a análise  cronológica dos vetos presidenciais. Ele disse que a decisão do Supremo  respalda a posição do Congresso, que não costumava seguir a ordem  cronológica. O deputado Hugo Leal (PSC-RJ) disse que a questão acabará  no Supremo. “A estratégia regimental de obstrução vai continuar.”
Calheiros  comemorou nesta quarta-feira a decisão do Supremo Tribunal Federal  (STF) de derrubar a liminar do ministro Luiz Fux. Ele disse que a  decisão do Supremo respalda a posição do Congresso, que não costumava  seguir a ordem cronológica.
“Ficamos felizes com a decisão do  Supremo, porque ela consubstancia o papel principal do Congresso”, disse  Calheiros, lembrando que venceu a tese do próprio Senado, que  encaminhara recurso ao STF alegando que não era necessário respeitar a  ordem cronológica.
Já o ministro da Educação, Aloizio Mercadante,  aproveitou o encontro com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo  Alves (PMDB-RN), para reafirmar a disposição do governo de destinar as  receitas com a exploração do petróleo - royalties e participação  especial - para a área da educação. O ministro defende a aplicação de  todos os recursos do Fundo Social, a ser formado com as receitas do  petróleo, para melhorar a qualidade do ensino no País.
“A  educação é o maior legado para o País. Uma educação de qualidade é  precondição para os países desenvolvidos”, afirmou o ministro. Embora  não haja uma estimativa dos recursos que poderiam entrar para a área com  os royalties, Mercadante afirmou que serão expressivos. “Será um volume  muito grande. Haverá uma mudança de patamar tanto na União quanto nos  estados e nos municípios”, disse.
Estados produtores recorrerão ao STF caso a medida seja derrubada
Os  governos do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, estados que recebem  royalties pela exploração de petróleo em alto mar, recorrerão ao Supremo  Tribunal Federal (STF), caso o Congresso Nacional derrube os vetos  presidenciais ao projeto de redistribuição dos recursos aprovados pela  Câmara e pelo Senado.
A informação foi confirmada pelo senador  Ricardo Ferraço (PMDB-ES). “Se essa violência for perpetrada contra  nossos estados pelo Congresso, recorreremos ao Supremo Tribunal  Federal”, disse Ferraço. Segundo ele, a expectativa é de que o STF  reconheça e considere “justa” a compensação financeira ao Espírito Santo  e ao Rio de Janeiro pela exploração de petróleo.
O governador do  Rio, Sérgio Cabral, também adiantou que, caso o veto da presidente  Dilma Rousseff seja derrubado, o estado entrará com uma Ação Direta de  Inconstitucionalidade (Adin) no STF. “A ação já está pronta. Não se pode  alterar contratos em andamento”, disse Cabral.
O senador  Francisco Dornelles (PP-RJ) destacou que defenderá, na sessão do  Congresso, a preservação do veto presidencial sobre a distribuição dos  royalties aos estados. No que diz respeito a um recurso ao STF, o  parlamentar espera que a Advocacia-Geral da União (AGU) entre com o  recurso na Suprema Corte com os governos dos estados produtores. “Foi  com base no parecer da AGU que a presidente Dilma decidiu pelo veto”,  frisou Dornelles.
Rodada de maio terá licitações de novos blocos de petróleo
O  Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) autorizou, nesta  quinta-feira, a inclusão de novos blocos na 11ª Rodada de Licitações de  Petróleo, marcada para maio. Com a decisão, a Agência Nacional do  Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) incluirá no leilão blocos  das bacias marítimas da foz do Amazonas, do Espírito Santo, de  Pernambuco-Paraíba e da bacia terrestre do Tucano Sul.
A  resolução destaca que o governo federal tem interesse em realizar  rodadas de licitações para a concessão de blocos em áreas fora do  pré-sal, em bacias de novas fronteiras exploratórias e em bacias  maduras, para promover o conhecimento das áreas sedimentares.
Fonte: Jornal do Commercio (RS)
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