Foi aprovada ontem, na reunião do conselho de administração da Petrobras, a reestruturação da governança da empresa. Foi aprovada a mudança na estrutura das gerências-executivas e as novas regras do programa de integridade, que vai aumentar os controles sobre candidatos a ocupar cargos executivos na companhia. Devem ser extintas cerca de 20 gerências-executivas e, como desdobramento do processo, cerca de 2.300 cargos serão extintos na Petrobras, gerando economia de R$ 240 milhões. As mudanças devem começar no próximo mês.
Segundo apurou o Valor PRO, serviço de informações em tempo real, também foi discutido o déficit da Fundação Petrobras de Segurança Social (Petros).
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Os conselheiros receberam relato sobre a dívida de R$ 10 bilhões da Eletrobras com a BR Distribuidora. A estatal elétrica está tentando contornar decisão da BR de cobrar antecipadamente pelos combustíveis vendidos.
Conforme publicado ontem pelo Valor, a Petrobras está sendo pressionada para "relevar" o calote das empresas do Sistema Eletrobras na região amazônica. No balanço do terceiro trimestre, publicado em setembro, a Petrobras contabilizava dívidas de R$ 15,7 bilhões a receber do sistema elétrico. Desse total, quase R$ 13 bilhões devidas pelas distribuidoras de energia da Amazônia e Rondônia, ambas subsidiárias da Eletrobras.
Para manter o suprimento de combustíveis, a BR tinha passado a exigir o pagamento à vista, mas as distribuidoras de energia estavam lançando mão de liminares para quebrar o bloqueio. A Petrobras e a BR Distribuidora estão sendo pressionadas pelo Ministério de Minas e Energia (MME), pasta comandada por Eduardo Braga, para não cobrarem as dívidas na Justiça.
O argumento do MME é de que uma suspensão do suprimento de combustíveis provocaria um "apagão" de energia em Manaus, cidade do ministro Eduardo Braga. O tema é um dos que preocupam a direção da BR, em processo de reestruturação para atrair um sócio investidor.
Na terça-feira a distribuidora de combustíveis trocou de presidente pela terceira em menos de um ano. O presidente interino da BR, Carlos Alberto Tessarolo, que assumiu no lugar de José Lima de Andrade Neto, renunciou. Ele foi substituído por Ivan de Sá Pereira Junior, diretor de Operações e Logística, que ficará no cargo até a próxima Assembleia Geral Ordinária (AGO).
O Valor apurou que na reunião do conselho não foram discutidos o preço dos combustíveis e a atualização sobre venda de ativos.