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Navalshore

Conteúdo local volta a ser alvejado

A idéia de se construir navios e plataformas no Brasil gera emprego e renda no país, mas desagrada muita gente. Com o sucesso do projeto, as críticas eram limitadas ao Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP) e apareciam lamúrias em um ou outro grande jornal. Com o escândalo Petrobras, no entanto, resolveram dar a partida para um retrocesso, que poderá implicar compra ou aluguel desses itens no exterior. É bom lembrar que o preço de uma plataforma está em torno de US$ 1 bilhão, ou seja, dá margem a muitas comissões para intermediários nas importações.

Nos oitos anos de governo do PSDB, a Petrobras lançou o programa Navega Brasil, que sequer implicou a construção uma única unidade no país, enquanto dois navios usados, com nomes típicos brasileiros, foram importados da Coréia do Sul: Ataulfo Alves e Cartola. Seus nomes eram, respectivamente, Mega Eagle e Mega Hawk. O que é melhor, fazer esses navios no país, pagando o Custo Brasil – onerado com política cambial que supervalorizou o real – ou simplesmente comprá-los na Ásia?

Em editorial desta quarta-feira, com o título de “Monumento ao desperdício do dinheiro público”, O Globo chama o conteúdo local de “programa anacrônico de substituição de importações”, no “figurino da ditadura militar”. Qualifica a Sete Brasil de empreendimento-símbolo de dirigismo estatal, embora seja obrigado a citar que dela participam gigantes privados, como Bradesco, Santander e BTG Pactual. Garante que apenas cinco das sondas começaram a ser montadas.

No próprio jornal, um anúncio da Sete Brasil corrige números e fatos. Diz que 29 sondas serão usadas no pré-sal, únicas no mundo a atender aos requisitos de conteúdo local. Em vez de cinco, estão em construção 16 sondas, sendo que duas 80% prontas. Explica que os pagamentos iniciais seriam prática usual, para compensar gastos em projeto e encomendas a subfornecedores. Informa Sete Brasil que está em curso processo de auditoria interna, para apurar ligações com a operação Lava Jato. Querem aproveitar um escândalo para minar, a qualquer custo, um projeto de pleno sucesso, que é a política de conteúdo local.

Sobre o período militar, citado com duras críticas no editorial, nunca é demais lembrar que, a 7 de outubro de 1984, no fim da era militar, Roberto Marinho, em corajoso editorial por ele assinado, confirmou que deu seu apoio do início ao fim do regime de exceção, de forma inequívoca: “Participamos da Revolução de 1964, identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada”. E ainda: “Volvendo os olhos para as realizações nacionais dos últimos 20 anos, há que se reconhecer um avanço impressionante”.


Fonte: Monitor Merxcantil/Sergio Barreto Motta






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