Rio de Janeiro - O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse ontem (22) que a política de conteúdo nacional da indústria do petróleo não representa, neste momento, um “ponto de estrangulamento” para o desenvolvimento do setor. Segundo ele, o conteúdo nacional obtido pela Petrobras é maior do que o exigido por lei.
De acordo com Gabrielli, mesmo nos próximos anos, quando haverá um crescimento do segmento devido ao petróleo do pré-sal, a política não deverá representar um problema, já que os fornecedores brasileiros têm buscado aumentar a capacidade produtiva.
Além disso, Gabrielli, que participou de um encontro no Rio de Janeiro com empresários ingleses interessados nas oportunidades do setor energético brasileiro, espera que mais empresas estrangeiras se instalem no Brasil, para reforçar a política de conteúdo nacional.
“O interesse internacional é enorme. O horizonte que nós temos (para as empresas estrangeiras) não é só atender às demandas da Petrobras ou às demandas brasileiras. Essas empresas estão se instalando também olhando para a expansão internacional dessa demanda, porque as águas profundas são a nova fronteira exploratória do mundo. Portanto, quem estiver preparado para atender às demandas de água profunda, vai atender agora ao Brasil, que representa a maior demanda neste momento, mas, posteriormente, pode atender à África ou ao Mar Negro, por exemplo”, disse.
O presidente da Petrobras também disse que o atual preço internacional do petróleo, entre US$ 110 e US$ 115, não constitui, por enquanto, um patamar de estabilidade que possa acarretar em aumento do preço da gasolina. O último aumento do combustível definido pela Petrobras ocorreu em maio de 2009, quando o barril estava cotado entre US$ 65 e US$ 85.
Sobre o interesse demonstrado pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em relação ao petróleo do pré-sal, Gabrielli disse que, se os norte-americanos quiserem considerar o petróleo brasileiro um bem estratégico, precisam primeiro travar uma aliança estratégica com o Brasil. Essa aliança poderia se dar por meio de financiamentos de empresas brasileiras por instituições financeiras dos EUA, de incentivos à vinda de empresas americanas para o Brasil ou da facilitação para comercialização do produto brasileiro nos EUA. “Esse é o desafio que os Estados Unidos têm”.
Fonte: Jornal do Brasil/Agência Brasil
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